O vereador Carlos Manuel Castro apresentou hoje o seu pedido de renúncia ao cargo, anunciou hoje a câmara municipal de Lisboa. O pedido já foi aceite pelo autarca Fernando Medina.
O caso foi revelado pela revista Sábado a 11 de fevereiro,, dando conta que Carlos Manuel Castro, a diretora do departamento de Higiene Urbana, Filipa Penedos, e vários elementos da Polícia Municipal e do Regimento de Sapadores Bombeiros foram vacinados com as sobras das vacinas que esteavam destinadas aos lares de Lisboa.
A autarquia diz que serão remetidos às “autoridades competentes todos os elementos apurados relativos à participação da Proteção Civil no processo de vacinação dos lares para avaliação externa e independente dos mesmos”.
Fernando Medina reitera também a “confiança no Comandante do Regimento de Sapadores Bombeiros, no Comandante da Polícia Municipal e na Diretora Municipal de Higiene Urbana, cuja vacinação decorreu por determinação de superior hierárquico e na convicção do cumprimento de todas as normas”.
A autarquia disse ao jornal Público a 11 de fevereiro que tanto Carlos Manuel Castro como Filipa Penedos foram vacinados por estarem na “linha da frente” da operação de vacinação, mas o vereador acabou mesmo por sair.
O pelouro da Proteção Civil passa a ser assumido pelo vereador Miguel Gaspar.
Da primeira toma de vacinas sobraram 126 doses, que foram destinadas a vários elementos das equipas envolvidas na operação de vacinação nos lares, 15 enfermeiros e oito elementos da Proteção Civil municipal (incluindo Carlos Manuel Castro) e três elementos do departamento de Higiene Urbana (incluindo Filipa Penedos), com a justificação dada para estes últimos a ser estarem envolvidos no “processo de recolha das seringas utilizadas na vacinação”, segundo o Público.
Desde que o processo de vacinação contra a Covid-19 arrancou no final de dezembro que já surgiram várias polémicas com ultrapassagens indevidas.
A Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) anunciou a 29 de janeiro que ia arrancar com a fiscalização do cumprimento das normas de vacinação. O objetivo é verificar se a vacinação prioritária está a ser cumprida, e também averiguar como estão a ser geridas as doses excedentes e se estão a ser tomadas medidas para prevenir o desperdício.