As primeiras cerejas deste ano começaram a chegar à banca e aos mercados de Lisboa. As genuínas, as bem portuguesas as cerejas de Resende e da Cova da Beira, as excelentes cerejas do Fundão. Para as bandas da Cova da Beira, foi a Dª Alzira Maceiras que “inaugurou” o espaço de vendas junto às Donas, no Fundão. Natural desta localidade, mas com pomar na zona da Capinha, Alzira tem quase sempre “cereja de cedo”. São as mais apetecidas e, por tradição, as mais caras. A Dª Madalena de Alcongosta vai também começar a apanhar as mais temporãs. No mercado de Arroios o preço da cereja do Fundão ao público por Kg ronda os 9,00 Euros.
Para as bandas do Fundão, as primeiras cerejas a sete euros e meio o quilo. Três dias depois já tinha baixado o preço para sete euros e a redução vai continuar.
“Agora a tendência é baixar. E nesta fase vendem-se um bocadinho mais caras porque temos mais custos e mais trabalho. Como ainda há pouca temos de dar várias voltas à árvore. Colhemos uma aqui, outra ali e demoramos muito mais tempo para colher uma caixa”, explicam os produtores.
Aí estão as cerejas da Cova da Beira nos Mercados de Lisboa (Foto António Freitas/MP)
Em termos globais, a Câmara Municipal do Fundão acredita que a produção deste ano possa chegar às sete mil toneladas às 10 mil toneladas. Um verdadeiro “ouro” da Cova da Beira.
Área de cerejal tem aumentado na Cova da Beira
A área de cerejal na Cova da Beira tem aumentado e há cada vez mais investidores de diferentes setores a apostar na produção de cereja, comprovam os projetos que estão a ser concretizados na região.
O cadastro de terras demonstra que, em 20 anos, na Cova da Beira, a área plantada com cerejeiras quase duplicou: passou-se de 1.079 hectares, em 1989, para 1.868 hectares, em 2009, de acordo com os dados facultados pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro.
Daí para a frente, o levantamento ainda não foi realizado, mas os investimentos continuam a ser realizados e a bom ritmo.
Por exemplo, um pomar, que atravessa as freguesias de Peraboa e Ferro (Covilhã), é um dos maiores pomares contínuos de cerejas do país e é apenas uma parte do projeto delineado por Paulo Ribeiro.
Até 2017, este empresário pretende ter 100 hectares de cerejeiras plantados e nesse ano conta colher 500 toneladas de cereja, número que deverá duplicar quando a produção estiver em pleno.
Nessa altura, Paulo Ribeiro terá investido um total de dois milhões e meio de euros, um milhão e quatrocentos mil dos quais já concretizados.
António Freitas