O projeto junta a Universidade do Porto e o Instituto Politécnico do Porto para distribuir viseiras por vários hospitais e centros de saúde da região Norte.
Numa iniciativa inédita de mobilização da comunidade, a Universidade do Porto (U.Porto), em parceria com o Instituto Politécnico do Porto (IPP), juntou mais de 20 mil folhas de acetato no espaço de uma semana.
O objetivo? Usar o material no desenvolvimento e fabrico de viseiras para proteção dos profissionais de saúde, através da impressão 3D.
A produção em larga escala arrancou na semana passada e inclui dois modelos de viseiras: um para os profissionais dos centros de saúde e um outro para ser distribuído nas unidades hospitalares, explica a U.Porto numa nota enviada ao ‘Mundo Português’.
A produção está a ser articulada e foi validada por profissionais de saúde da ARS-Norte, num esforço coletivo liderado por investigadores da Faculdade de Engenharia da U.Porto (FEUP), dos centros de investigação do INEGI/LAETA e INESC-TEC, do Instituto Superior de Engenharia Porto (ISEP), assim como estudantes e empresas.
“Por enquanto, foram produzidas mais de seis mil viseiras, que já estão a ser distribuídas pelos Hospitais de S. António e S. João (Porto), Hospital de Gaia-Espinho, IPO-Porto. As viseiras chegarão também à ARS-Norte, que as entregará aos Centros de Saúde da região Norte”, informa a U.Porto.
Para Pedro Rodrigues, vice-reitor da U.Porto com o pelouro da Investigação e um dos principais impulsionadores da iniciativa, “este projeto tem a particularidade assinalável de ser um esforço conjunto de toda a comunidade académica da Universidade do Porto e do IPP, envolvendo unidades de investigação, faculdades e até equipamentos pessoais (impressoras 3D) de docentes e estudantes, que, em conjunto, terão a capacidade para produzir mais de 1000 viseiras por dia para várias unidades de saúde do Norte do país”.
Empresas da UPTEC também doam viseiras
Outra iniciativa solidária está a ser leva da cabo por três empresas instaladas na UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da U.Porto, que estão também a produzir viseiras de proteção para os profissionais de saúde.
No total, a Biofabics, Everythink e a Fraunhofer já doaram mais de 150 viseiras de proteção individual para unidades de saúde como o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Hospital da Luz (Arrábida), IPO Porto ou USF Matosinhos.
À semelhança do que acontece no projeto liderado pela U.Porto e pelo IPP, as viseiras de proteção ‘made in UPTEC’ são criadas com recurso a equipamentos próprios fabricados em impressoras 3D e com folhas de acetato, que são facilmente substituíveis.
No cowork laboratorial da UPTEC, a Biofabics já produziu mais de 100 peças.
Em poucos dias, e depois de um anúncio online, a empresa “recebeu mais de 2000 pedidos, oriundos de todo o tipo de unidades de saúde do país.”, adianta Pedro Costa, CEO desta startup especializada no investigação e desenvolvimento em análogos de biotecidos 3D.
Já no Gabinete de Desenvolvimento de Produto da UPTEC, a Everythink – estúdio de design fundado por antigos estudantes da FEUP – já criou mais de 30 viseiras, entretanto doadas ao Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Hospital da Luz (Arrábida) e USF Matosinhos.
Por fim, o centro de investigação Fraunhofer AICOS, instalado na UPTEC desde 2009, está também empenhado em ajudar a dar resposta à escassez de equipamento de proteção individual. Só numa primeira fase, o centro vai doar 50 viseiras ao IPO Porto.