“O Governo vai decretar, para o fim-de-semana prolongado do 1º de Maio, a mesma norma que adotou para a Páscoa, com proibição de deslocações para fora do concelho de residência, anunciou hoje o Primeiro-Ministro numa declaração após reuniões de trabalho com organizações comerciais e com a comunidade muçulmana.
“Temos de manter o maior grau possível de contenção e de isolamento para continuarmos a ter sucesso no controlo da pandemia”, disse António Costa, que voltou a afirmar que “após o estado de emergência não vamos voltar a viver normalmente até haver uma forma de tratamento segura” para a Covid-19.
Acrescentou que “esta é uma disciplina que vamos ter sempre que necessário, porque cada vez que ganhamos na contenção estamos a ganhar liberdade futura e na proteção da vida dos portugueses”.
António Costa referiu aindsa as reuniões que tem realizado com responsáveis de todos os setores da atividade económica do país para preparar “as condições para aliviar as regras de contenção”.
Além dos “contactos permanentes com a indústria, que não interrompeu a atividade, mas tem tido restrições ao funcionamento”, houve reuniões com a associação de restaurantes, com a hotelaria.
António Costa reuniu hoje com a Confederação do Comércio e associações comerciais de Lisboa, Viseu e Fafe para “testar quais são as normas de higienização para que todos sintam segurança na ida aos estabelecimentos”.
Segundo o governante, todas as associações profissionais estão a definir normas de segurança, que vão ser validadas pela Direção-Geral de Saúde, “e que têm de estar todas em condições de serem aplicadas no dia 30 de abril, para o Conselho de Ministros anunciar o calendário de libertação das normas de confinamento”.
Três etapas para o regresso às atividades
Sublinhando que é preciso “dar um passo de cada vez”, informou que “as primeiras normas de libertação do confinamento entrarão em vigor a 4 de maio, as segundas a 18 de maio, as terceiras, a 1 de junho”.
“A 30 de abril anunciaremos as atividades que a 4, 18 (de maio) ou 1 de junho poderão retomar o seu trabalho, sempre com restrições em lotação, sempre com equipamento de proteção individual para quem atende, e para os clientes”, avançou.
As datas estão associadas “ao esforço para aumentar a capacidade de resposta dos transportes públicos, garantir a sua higienização, as normas de segurança dentro dos transportes públicos”, disse, acrescentando que o Ministro das Infraestruturas e da Habitação está a estudar o problema, com os presidentes das Câmaras servidas pelas linhas ferroviárias de Sintra e Cascais, “que são as onde há maiores dificuldades de assegurar o distanciamento social”.
O faseamento quinzenal, que decorre do período de aparecimento dos sintomas de contaminação pela Covid-19, permite que, “a cada 15 dias possamos medir os impactos da medida anterior e dar mais um passo, porque mais vale ir agora lentamente e com segurança do que termos surpresas desagradáveis que nos obriguem a andar para trás”, sublinhou.
“De cada vez que que libertarmos uma norma de contenção, o risco de contaminação aumenta e temos de o manter controlável, dentro da capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, que está a ser reforçada”, explicou.
António Costa
Sobre a capacidade do país de obter equipamentos de proteção individual, disse ter indicações da indústria de que, “na próxima semana, vão conseguir abastecer em quantidade suficiente o comércio em geral” de máscaras comunitárias e de desinfetantes.