Os paraquedistas portugueses da 4ª Força Nacional Destacada, ao serviço das Nações Unidas na República Centro-Africana, estiveram envolvidos esta tarde numa operação de manutenção da paz, após um ataque violento de um grupo armado no centro da cidade de Bambari, a 400 quilómetros da capital, Bangui.
“Os capacetes azuis portugueses estiveram cinco horas em combate direto com elementos do grupo armado ex-Seleka UPC (União para a paz na República Centro-Africana), com o objetivo de proteger civis e restabelecer a paz, entrepondo-se entre o grupo opositor e a população civil indefesa”, informa o Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA), numa nota enviada ao ‘Mundo Português’.
Os militares portugueses estão todos em segurança, refere ainda o EMGFA.
No ataque, o ex-Seleka UPC usou armamento pesado, “numa desmonstração de capacidade de controlo do comércio local, colocando civis no fogo cruzado” durante o confronto com as Forças Armadas centro-africanas. As organizações governamentais têm tentado a todo o custo impedir a presença de combatentes no centro da cidade, que disputam recursos e a cobrança ilegal de impostos à população.
A entrada do grupo armado em Bambari provocou a fuga da população.
De acordo com as resoluções em vigor do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os pacificadores portugueses têm como tarefas prioritárias a proteção dos civis, o apoio ao processo de paz e ainda facilitar a assistência humanitária e a proteção do pessoal, instalações, equipamentos e bens das Nações Unidas, explica a nota do EMGFA.
O mandato da Missão Multidimensional Integrada das Nações para a estabilização da República Centro-Africana (MINUSCA) prevê a tomada de ações que antecipem, dissuadam e respondam, de forma efetiva, a ameaças sérias e credíveis à população civil.
Portugal contribui para o esforço internacional de manutenção da paz na República Centro-Africana desde o início de 2017, com uma companhia de tropas especiais do Exército português, a operar a partir da capital Bangui como Força de Reação Rápida.
A atual Força Nacional Destacada é maioritariamente composta por tropas especiais paraquedistas do 2º Batalhão de Infantaria Paraquedista, que conta agora com um efetivo total de 180 militares, reforçadas com viaturas blindadas de rodas PANDUR.
Ana Grácio Pinto