Se as previsões do Governo estivessem certas, o troço ferroviário Guarda-Covilhã estaria concluído em Setembro de 2019, mas falharam redondamente. Agora é apontada a data de Janeiro para a reabertura da linha e pela primeira vez na história desta linha, uma locomotiva eléctrica para verificação da catenária chegou do Entroncamento à Covilhã e daí seguir já em tração eletrica pelos quilómetros da linha fechados desde 2009 à circulação e assim se puder aceder à Guarda e a Vilar Formoso tanto pela Beira Baixa como pela Linha da Beira Alta como foi durante muitas décadas. Grandes obras foram feitas e assim as duas cidades beirãs vão voltar a ficar ligadas pelo comboio. Em Fevereiro estará garantidamente em operação comercial.
Num investimento de 52 milhões de euros, a empreitada de modernização da linha da Beira Baixa compreendeu a renovação integral de 36 quilómetros de via e a electrificação total do troço. A obra também integrou, entre outros trabalhos, a reabilitação de seis pontes centenárias, a remodelação de estações e apeadeiros, a drenagem e estabilização de taludes e a automatização e supressão de passagens de nível.
Quanto ao terminal de mercadorias, só deverá avançar um novo concurso para a concessão e exploração depois de 2023, após a conclusão das obras de remodelação da Linha da Beira Alta, uma vez que esse espaço servirá como estaleiro.
As maiores obras ferroviárias que o país assiste
Programa de investimento Ferrovia 2020 foi apresentado em fevereiro de 2016 e deveria ficar pronto até setembro do próximo ano. Os últimos trabalhos só vão ficar concluídos no final de 2023.
Com um orçamento de 2,175 mil milhões de euros, este pacote de intervenções prioritárias deveria ficar pronto até setembro do próximo ano, mas a última previsão aponta agora para novos atrasos de norte a sul do país.
Há cada vez mais investimentos que só vão ficar prontos no final de 2023, segundo os diretórios da rede publicados pela IP nas últimas semanas e que já contam com todos os projetos para a ferrovia a iniciar até 2022.
Há vários trabalhos que deveriam ter concluídos no ano passado ou ao longo de 2020 mas que ainda nem sequer começaram.
Exemplo disso é a eletrificação do troço da linha do Douro entre Marco de Canaveses e Régua. As obras deveriam ter sido realizadas entre o segundo trimestre de 2018 e o final do ano passado. Só que a IP, em 2019, teve de contratar um novo conjunto de projetistas e só a partir do segundo trimestre de 2022 é que deverão começar as obras. A catenária será instalada até ao final de 2023.
Outra obra com quatro anos de atraso é a renovação da via entre Válega e Espinho: um dos troços mais degradado da linha do Norte deveria ter carris novos desde o terceiro trimestre de 2019, só que as últimas previsões apontam para o final de 2023 como o final das obras. Antes disso, a IP terá de concluir a intervenção no troço Espinho-Gaia, iniciada em setembro e que leva os comboios entre Lisboa e Porto a demorarem mais oito minutos por viagem.
Na Beira Alta, o troço entre Guarda e Vilar Formoso também conta com quatro anos de atraso – só vai ficar pronto nos primeiros meses de 2023. As obras deviam ter começado no final de 2017 e deveriam ter ficado prontas no início do ano passado. A IP dividiu esta obra nos subtroços Guarda-Cerdeira (em andamento) e Cerdeira-Vilar Formoso (ainda à espera do resultado do concurso público).
A linha da Beira Alta é um caso exemplar dos atrasos nas obras da ferrovia. Da Pampilhosa a Vilar Formoso, praticamente todo o troço vai ser modernizado, para permitir a circulação de comboios de mercadorias com até 750 metros. Este trabalho deveria ter ficado concluído nos primeiros meses deste ano.
Apenas a partir de abril deste ano é que haverá máquinas no terreno, sobretudo nas ligações entre Celorico da Beira e Guarda e entre Santa Comba Dão e Mangualde. À espera do resultado do concurso público estão ainda os troços Pampilhosa-Santa Comba Dão e Mangualde-Celorico da Beira.