A vacinação contra as Covid-19 em Portugal deverá arrancar em Janeiro e será executada em três fases. Na primeira etapa serão vacinadas 950 mil pessoas.
O plano de vacinação contra a Covid-19 foi apresentado ontem, dia 3, em Lisboa, e prevê que a população em Portugal seja vacinada em três fases distintas. A vacina chegará a Portugal no início de Janeiro. Na primeira fase, entre janeiro e fevereiro, serão vacinadas 950 mil pessoas, que integram o grupo da população com amior prioridade, revelou Francisco Ramos, coordenador do grupo que preparou o plano de vacinação.
No primeiro grupo estarão 250 mil vacinas para residentes em lares e unidades de cuidados intensivos e os respetivos profissionais, 400 mil para pessoas com comorbilidades e 300 mil para profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados de doentes e profissionais de forças de segurança e serviços críticos.
Na segunda fase, serão abrangidas 1,8 milhões de pessoas com mais de 65 anos e 900 mil pessoas com morbilidades. Francisco Ramos revelou que nesta fase haverá, assim, dois grupos: pessoas com 65 ou mais anos, com patologias ou não, e as pessoas com mais de 50 anos, com diabetes, neoplasia maligna ativa, insuficiência hepática, insuficiência renal, obesidade, hipertensão arterial e, eventualmente, outras patologias.
A terceira fase será para “o resto da população”, acrescentou, o coordenador da task force criada para elaborar o plano e vacinação. O responsável sublinhou que os principais objetivos deste plano de vacinação são “reduzir a mortalidade” e os “internamentos em unidades de cuidados intensivos”.
As vacinas devem ser administradas no SNS, nos 1200 centros de saúde que existem em todo o país. “Estes pontos serão os utilizados pelos 400 mil pertencentes ao grupo de risco identificado”. Já os residentes e profissionais de lares e internados nas unidades de cuidados intensivos serão vacinados nesses locais. Serão as próprias equipas de enfermagem a fazer essa vacinação. No caso em que não houver equipas de enfermagem, haverá equipas dos centro de saúde que se deslocarão.
22 milhões de vacinas para Portugal
Na apresentação do plano, o presidente do Infarmed, Rui Santos Ivo, informou que há acordo com seis fabricantes e 22 milhões de vacinas a caminho de Portugal.
“Neste momento há seis acordos concluídos. O primeiro foi o da AstraZeneca, a 14 de Agosto, que tem 300 milhões (de doses) para a União Europeia e 6,9 milhões para Portugal. O segundo para Sanofia/GSK, onde não estão definidas doses.
O grupo Johnson&Johnson já em Outubro, 200 milhões (de doses) para a União Europeia e 4,5 milhões para Portugal.
O da Pfizer com 4,5 milhões para Portugal. O da CureVac, o valor está praticamente acertado, entre quatro e cinco milhões. O último contrato assinado, o da Moderna, tem uma quantidade mais pequena, 80 milhões (para a Europa) dos quais nos cabem 1,8 milhões”, explicou Rui Santos Ivo.
A primeira vacina a chegar a território português, se for aprovada, deverá ser a da Pfizer, logo três dias após o “sim” da EMA, ou seja, no primeiro dia de Janeiro de 2021. Foi o que disse esta quarta-feira a directora médica da Pfizer Portugal, Susana Castro Marques, em entrevista à RTP.
Na apresentação, a ministra da Saíde lembrou que as vacinas têm de ser acompanhadas por outras medidas de prevenção “durante largos meses”. “Não nos podemos distrair que a disponibilização de vacinas vai ter de continuar a ser acompanhada durante largos meses pelas demais regras”, nomeadamente uso de máscara, o distanciamento social e outras medidas de prevenção de contágio, pelo menos “num período em que ainda não se tenha conseguido alcançar a imunidade, disse Marta Temido”.
As três fases de vacinação por prioridades
Primeira fase
– Profissionais de saúde e residentes em lares e em instituições similares e profissionais e internados em unidades de cuidados intensivos;
– Pessoas com 50 ou mais anos, com pelo menos uma das seguintes patologias: insuficiência cardíaca, doença coronária,insuficiência renal, doença pulmonar obstrutiva crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração;
– Profissionais de saúde diretamente envolvidos na prestação de cuidados de doentes e profissionais de forças de segurança e serviços críticos.
Segunda fase
-Pessoas com 65 ou mais anos, tenham ou não comorbilidades associadas;
-Pessoas com mais de 50 anos, com diabetes, neoplasia maligna ativa, insuficiência hepática, insuficiência renal, obesidade, hipertensão arterial e, eventualmente, outras patologias.
Terceira fase
– O resto da população, se for possível assegurar o ritmo de fornecimento previsto. Caso contrário, será necessário criar um terceiro grupo prioritário.