O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) aguarda a chegada de 17 estudantes do Bangladesh, resultado de uma parceria solidária entre aquela instituição de ensino superior e a Fundação Maria Cristina.
O vice-presidente do IPB, Luís Pais, disse à Lusa que “já foram selecionados 17 candidatos” e que os estudantes aguardam apenas pelos vistos para viajarem para Bragança e frequentarem as três licenciaturas que o Politécnico tem integralmente em inglês: Gestão de Negócios Internacionais, Engenharia Informática e Engenharia Química.
A iniciativa partiu da Fundação Maria Cristina, criada há 13 anos pela portuguesa Maria da Conceição, e abrange alunos que fazem parte do programa de Educação Superior, inserido na missão de “quebrar o ciclo de pobreza de mais de cem famílias” do bairro de Gawair, em Dhaka, no Bangladesh.
A filantropa portuguesa confrontou-se com esta situação, em 2005, numa viagem ao serviço da Emirates Airlines, onde era hospedeira e, desde então, dedicou-se a esta comunidade com um programa para ajudar, sobretudo as mais de 600 crianças, como divulgou a fundação.
Maria da Conceição ficou conhecida pelas provas em que tem participado para angariar fundos para esta causa e que já lhe valeram oito recordes mundiais, tornando-se na primeira mulher portuguesa a conquistar o Evereste e a chegar ao último grau do Pólo Norte e Sul.
Falhou a travessia do canal da Mancha, mas alcançou mais um objetivo com as primeiras bolsas de estudo para os jovens agora aguardados no politécnico de Bragança.
O protocolo entre o IPB e a Fundação foi assinado há um ano e os candidatos estão selecionados à espera da avaliação dos requisitos e conclusão dos processos para a emissão de vistos junto das embaixadas, como explicou à Lusa o vice-presidente do Politécnico.
O ano letivo começa na segunda-feira e a receção oficial aos novos alunos está marcada para 09 de outubro, mas as partes ainda não sabem quando é que os estudantes do Bangladesh poderão viajar para Bragança.
O politécnico de Bragança tem a maior percentagem de estudantes estrangeiros a nível nacional, com 2.000 entre os mais de 7.000 alunos, e mais de 70 nacionalidades representadas.
Em anos anteriores, segundo Luís Pais, o IPB já teve estudantes do Bangladesh, mas não em tão grande número, nem nesta condição que resulta de uma ação solidária.
Estes 17 jovens são os primeiros a frequentar o Ensino Superior no âmbito deste apoio da Fundação Maria Cristina.
Falta agora assegurar os fundos para completar os estudos das oitenta e sete crianças que ainda se encontram no programa, tendo já quarenta e quatro completado os estudos secundários, segundo indicou à Lusa.
Além das ações da fundadora, a fundação aceita também donativos, nomeadamente para patrocinar os estudos de um aluno.