A Organização Mundial de Saúde (OMS) vai reunir na quinta-feira o comité de emergência para avaliar a progressão da pandemia de covid-19, quase quatro meses depois de a organização ter detetado o surto do novo coronavírus.
O anúncio foi feito pelo secretário-geral da organização, Tedros Ghebreyesus, que afirmou que o comité vai analisar toda a “nova informação” reunida sobre a pandemia desde a última reunião, que aconteceu em 30 de janeiro.
“Desde o início [do surto], a OMS agiu de forma rápida e determinada”, argumentou, acrescentando que a organização “soou o alarme rapidamente e reiteradamente” desde os primeiros sinais de alarme dados a 31 de dezembro de 2019, quando o sistema de alerta epidemiológico tomou nota de um conjunto de casos de pneumonia de origem desconhecida na cidade chinesa de Wuhan.
Tedros Ghebreysus declarou hoje que a organização trabalha na base da “transparência e da responsabilidade” e que alertou “repetidamente que o mundo tinha uma janela de oportunidade para se preparar e evitar a transmissão comunitária” do novo coronavírus.
“De acordo com os regulamentos sanitários internacionais, voltarei a convocar o comité de emergência [na quinta-feira], quase três meses depois de ter sido declarada [a 30 de janeiro] o mais alto grau de emergência de saúde pública global, tal como foi recomendado pelo comité”, disse o diretor-geral da organização.
A reunião de quinta-feira, realizada por teleconferência, terá como objetivo “avaliar a evolução da pandemia e analisar as recomendações atualizadas”, referiu Tedros Ghebreyesus.
Desde que declarou este nível de emergência [atualizado para pandemia em março passado], a OMS distribuiu “milhões de testes e equipamento de proteção em todo o mundo, formou 2,3 milhões de profissionais de saúde” para lidar com a doença, lançou uma coligação internacional de países, empresas e organizações para investigar e garantir acesso livre e global à futura vacina, testes de diagnóstico e tratamentos, frisou.
“Uma coisa não fizemos: não desistimos. Nem vamos desistir”, prometeu, salientando que já se viu que o novo coronavírus pode provocar “convulsões políticas, sociais e económicas” de forma pior que “qualquer ataque terrorista” e que a escolha das nações deve ser “a humanidade contra este vírus”.
O comité de emergência da OMS é composto por peritos em saúde pública e outras áreas da rede internacional que serve para aconselhar a organização.