A taxa de ocupação hoteleira baixou 2,3 pontos percentuais no mês julho, fixando-se nos 80%, revela um relatório da Associação da Hotelaria de Portugal (AHP). Hotéis de três estrelas foram os mais procurados.
Segundo o ‘AHP Tourism Monitors’, a ferramenta de recolha de dados da hotelaria nacional trabalhados mensalmente pela AHP, o mês de julho de 2018 registou, a nível nacional, uma taxa de ocupação de 80%, com os preços a crescerem a dois dígitos.
Por destinos turísticos, Lisboa (87%), Açores (85%) e Algarve (84%) atingiram as taxas de ocupação mais elevadas. Em variação, Leiria/Fátima/Templários (-9%), Madeira (-9,2%) e Açores (-5,6%) registaram uma “quebra significativa”, informa a Associação da Hotelaria de Portugal numa nota enviada ao ‘Mundo Português’.
O ARR (preço médio por quarto ocupado) fixou-se nos 117 euros, mais 11% do que em igual período do ano passado, com o Algarve (162 euros) a registar a melhor performance, seguido do Estoril (131 euros) e de Lisboa (125 euros). Já o RevPar (receita por quarto disponível) registou um aumento de 12%, atingindo os 94 euros. Em termos relativos, destaque para Coimbra com um crescimento de 31%, seguido do Alentejo com 23% e de Lisboa com 19%.
Pelo segundo mês consecutivo, a categoria três estrelas foi a que registou um maior crescimento no ARR e RevPar, de 20% e 16%, respetivamente.
Destinos do interior com crescimento
Cristina Siza Vieira, presidente executiva da AHP revela que “dos catorze destinos analisados pelo Hotel monitor, nove apresentaram resultados negativos na taxa de ocupação e um estagnou neste indicador”.
“A boa notícia vem de um crescimento muito expressivo neste indicador nos destinos do interior neste mês. Nos destinos sol e mar esta queda já era prevista, com um mês de julho frio, o mais frio desde 2000, levando a que parte dos mercados norte-europeus ficasse ‘em casa’”, acrescenta, citada na nota da AHP.
Na região do Minho, a taxa de ocupação quarto em julho foi de 65%, revelando uma quebra de 5,%. face ao período homólogo. Já no Grande Porto, o ARR apresentou uma variação positiva de 3%, enquanto o RevPar se fixou nos 93 euros. A taxa de ocupação quarto foi de 83%, menos 2,3% do que em julho de 2017, a registar ainda a quebra deste indicador em todas as categorias.
Por outro lado, o destino turístico Beiras apresentou variações positivas de 7,5% na taxa de ocupação quarto e 12% na receita por quarto disponível face ao período homólogo, o mesmo acontecendo com a região de Coimbra, onde as unidades hoteleiras tiveram uma taxa de ocupação quarto de 80%, o que representa um aumento de 10,7%.
No distrito de Viseu, a taxa de ocupação quarto foi de 46%, uma ligeira quebra de 0,8% face a julho de 2017, enquanto no Oeste do país a taxa de ocupação quarto foi de 65%, registando também uma quebra de 3,2% em relação a julho do ano passado.
Na região Leiria/Fátima/Templários, o mês de julho registou uma quebra da taxa de ocupação quarto em 9,7%, atingindo os 53%. Já no destino Estoril/Sintra a hotelaria apresentou variações positivas em 5% no que concerne à receita por quarto disponível, e negativas de 4,5% na taxa de ocupação quarto, fixada em 78%.
Na região de Lisboa a ocupação mostrou uma ligeira subida de 0,5% enquanto na Costa Azul as unidades hoteleiras tiveram mais 1,3% de ocupação em relação a julho de 2017.
Os hotéis do Alentejo também aumentaram a taxa de ocupação em julho (+6,1%), enquanto no Algarve a mesma taxa baixou (-1,6%).
Nas ilhas, a hotelaria da Madeira também se ressentiu em julho, tendo sofrido uma queda de 9,2%, com o preço médio por quarto ocupado, de 81 euros.
A diminuição de dormidas foi sentida ainda nos Açores (-5,6%). Apesar desta quebra, este destino foi segundo na taxa de ocupação no total dos destinos analisados pelo Hotel Monitor.
Ana Grácio Pinto