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Aos 94 anos o jornalista Vasco Callixto ainda dá conferências que enchem salas

20 Março, 2019 Turismo 0 Comentários
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Aos 94 anos o jornalista Vasco Callixto ainda dá conferências que enchem salas

Teve lugar no Instituto Bartolomeu de Gusmão, criado no seio da Sociedade Histórica da Independência de Portugal mais uma conferência subordinada ao tema ‘A Aviação na Amadora há 100 anos’. A conferência foi promovida pelo Instituto Bartolomeu de Gusmão da Sociedade Histórica da Independência de Portugal. 

De entrada livre, foi ministrada por Vasco Callixto, jornalista e escritor, que se especializou na investigação da história da aviação em Portugal. Vasco Callixto é colaborador da imprensa portuguesa desde a década de 1940, cronista do ‘Mundo Português’, e tem publicados cerca de 50 livros e conta a “jovem idade de 94 anos”.
Registe-se que há 54 anos, ir de automóvel do país mais ocidental da Europa até ao ponto mais setentrional do continente – então uma remota e lendária parcela da terra europeia – seria, sem dúvida, uma certa aventura. Mas Vasco Callixto foi e voltei, com sua mulher e os dois filhos. E o quarteto português teve honras de notícia e fotografia em primeira página no jornal dessa região árctica do norte da Noruega, cuja maior atracção é o imponente Cabo Norte, a 6.710 km de Lisboa, via Paris, Hamburgo, Gotemburgo, Oslo, Narvik e Hammerfest, a cidade mais setentrional do mundo. A esta viagem, acrescem duas particularidades. Vasco Callixto conduziu o primeiro automóvel montado em Portugal que atravessou o Círculo Polar Árctico e levou ao Cabo Norte o primeiro automóvel de matrícula portuguesa, um Opel Kadett.
Nunca parou este homem. A colaborar em jornais e revistas, como ainda colabora no Mundo Português, viajar foi a sua paixão, a forma de estar na vida e “este andarilho” correu mundo por água, terra e ar e é pelo ar, apesar de nunca ter sido piloto de avião que nutre a sua paixão e pela sua – Amadora, hoje cidade onde nasceu
Refere que ia outra vez ao Cabo Norte de automóvel … “se me deixassem ir!”
Mas vamos à palestra que juntou amigos, direcção do instituto, oficiais militares na reserva e reforma, a primeira mulher parquedista, seu filho e neto, ou seja uma sala cheia.

Fica a sua palestra na integra

A AVIAÇÃO NA AMADORA HÁ 100 ANOS

“A Amadora, onde nasci e, menino e moço, me habituei a ver aviões em terra e no ar, foi a terceira terra do País que viu voar um avião. Com efeito, depois do francês Julien Marnet, em 1910, ter realizado em Lisboa o primeiro voo bem sucedido, e do seu compatriota Leopoldo Trescartes em 1912, ter voado sobre o Porto, veio a ser na Amadora, em 26 de janeiro de 1913, que outro francês, Alexandre Sallès, voou e aterrou por sinal com pouca sorte, não para si mas para o aparelho, pouca sorte que veio a ser, afinal, uma sorte para a Amadora, por ter sido o ponto de partida para a Amadora se irmanar com o historial da aviação em Portugal.
O que era a Amadora nesses primeiros anos da segunda década do século passado? Uma terra nascida do nada e parecia querer ser tudo. Era a antiga e pitoresca Porcalhota das patuscadas fora de portas, que estava a caminhar para uma nova existência. Mudara de nome em 1907, passando a chamar-se Amadora e tinha uma Liga de Melhoramentos que num abrir e fechar de olhos conseguira chamar para o arrabaldino povoado as atenções gerais mercê dos concorridos festejos ali realizados. Desde os ares puros e a água, tudo era bom na Amadora. Primeiro as grandes “Festas da Árvore” e depois, em 1912, os eventos resultantes da inauguração dos Recreios Desportivos da Amadora, contribuíram para tornar a Amadora conhecida em todo o país. E entre os obreiros da arrancada bairrista da Amadora destacou-se o desportista e jornalista Dr. José Pontes, um orador que entusiasmava multidões. A Amadora caminhava tão depressa que parecia ter asas. E as asas, asas de glória não tardaram chegar à Amadora. Pena foi que não tivessem criado raízes mais fortes.


1917- O PRIMEIRO GRANDE FESTIVAL AÉREO REALIZADO EM PORTUGAL

A aproximação da Amadora com a aviação e as coisas do ar acentuou-se com a realização de um concurso de “papagaios”, e em 1917, com o primeiro grande festival aéreo realizado em Portugal ao qual assistiu o Presidente da República, Dr. Bernardino Machado, exibindo-se, entre outros aviadores pioneiros, o tenente Artur Sacadura Cabral. A multidão que acorreu á Amadora era tanta, que na imprensa da época referiu-se “andar tudo aos encontrões na localidade”.
Menos de dois anos depois, bem poderá dizer-se, a Amadora transformou-se na “capital” da aviação. E “A AVIAÇÃO NA AMADORA HÁ 100 ANOS” – como intitulei esta conferência – foi realmente um facto a partir de 7 de fevereiro de 1919, fez há pouco um século. Assim o determinou um decreto daquela data, que levou à criação do Grupo de Esquadrilhas da Aviação República e à sua instalação em terrenos inicialmente destinados a um vasto parque. O local terá sido sugerido por um devotado amadorense ao capitão António Brito Paes, que viria a comandar uma das primeiras esquadrilhas da Amadora com aviões “Breguet”, como viria também a ser mais tarde comandante da unidade, comandada então pelo capitão António Sousa Maya, que em Novembro do mesmo ano efectuou o voo Paris-Amadora, registando se assim como obreiro do primeiro “raid” dos primórdios da aviação portuguesa, ao qual, naturalmente, a Amadora ficou intimamente ligada. E logo no dia a seguir à chegada de Maya, Brito Paes voou até ao Porto e voltou, sem paragens; ao começo da tarde estava de volta. Foi a abertura de um ciclo que se prolongaria por 19 anos, pleno de heróicas proezas dos pioneiros da aviação, com a Amadora como cenário inicial e final. E recorde-se, Portugal vivia então num cenário político deveras agitado e receante, com o Presidente da República assassinado – Sidónio Pais – e sucessivos governos instáveis, que não tardariam a levar ao assassinato selvático do chefe do governo e outros dirigentes.

ANOS VINTE, ARRANCADA DA AVIAÇÃO PORTUGUESA PARA OS CÉUS DE OUTROS CONTINENTES

Mesmo assim, os anos vinte viriam a ser a década da arrancada triunfal da Aviação Portuguesa para os céus de outros continentes, cruzando mares e oceanos. E logo em 1920 descolaram da Amadora as primeiras asas de Portugal que sobrevoaram o Atlântico. Foi a aventura do “Cavaleiro Negro”, um velho avião de rodas que tentou alcançar a ilha da Madeira, com Brito Pais e Sarmento de Beires a bordo. É certo que aquelas rodas não chegaram a rolar em solo madeirense. Mas o “Cavaleiro Negro” terá chegado aos céus da ilha. O nevoeiro impediu a aterragem e o que se verificou foi a inevitável amaragem, com os aviadores salvos e o avião perdido. Registe-se que, deste avião do tempo da Grande guerra há uma única fotografia, claro está, na Amadora, mantendo-se, porém, a designação que lhe foi dada, “Cavaleiro Negro, como uma incógnita. E em 1922 realizou-se a primeira viagem aérea de ida e volta entre Portugal e Espanha, Amadora-Madrid-Amadora, com três aviões “Breguet”; protagonistas, António Maya, Aires Montenegro, Pais Ramos, Paiva Simões, Rodrigues Alves.
Após a I Travessia Aérea do Atlântico Sul, que imortalizou Sacadura Cabral e Gago Coutinho e, naturalmente, é alheia à Amadora, outra grande viagem aérea iniciada na Amadora, veio igualmente a ter repercussão internacional, uma vez que “todos os jornais de Paris noticiaram a viagem área de Portugal a Macau, publicando o itinerário seguido pelos aviadores portugueses Brito Paes e Sarmento de Beires.” Assim o referiu “ O Século” em primeira página, transcrito de um telegrama proveniente da capital francesa. Chegar ao Oriente, sobre o Norte de África e sobre a Ásia, foi realmente um feito notável para a época, devendo juntar-se aos nomes dos dois aviadores citados, o nome do então mecânico Manuel Gouveia, que com eles voou durante certas etapas. Muito bem “baptizados”, chamaram-se “Pátria” os dois aviões utilizados; foi a Pátria maior que voou até à distante Pátria menor das lonjuras do outro lado do mundo.

A acção dos aviadores portugueses era contínua. O primeiro voo com destino a terras de África teve lugar em 1925. Pinheiro Correia, Sérgio da Silva e o mecânico Manuel António voaram até a Guiné em voo Amadora-Bolama com diversas e necessárias aterragens. No ano seguinte, em 1926, três “vickers” da Amadora voaram com destino a Marrocos e dois voltaram no mesmo dia, pilotados por Jorge de Castilho, Sarmento Beires, Pais Ramos e Manuel Gouveia. E em 1928, dois acontecimentos irmanaram mais uma vez a Amadora com o historial da Aviação Portuguesa. Em Julho realizou-se no aeródromo da Amadora o designado I Certame da Aviação, que fez a povoação transbordar de gente. Foi uma organização do Aéro Clube de Portugal, que compreendeu provas de aterragem, acrobacia e um simulacro do combate entre dois aviões. Foi este festival aéreo filmado e o filme esteve em exibição no cinema “Olímpia”, em Lisboa.
Volvidos apenas dois meses, em setembro de 1928, uma nova e grande jornada aérea teve lugar, a partir da Amadora, com a particularidade de se utilizarem dois aviões em viagem de longo curso. As asas de Portugal chegaram a Angola e Moçambique com Pais Ramos, Oliveira Viegas, João Esteves e Manuel António. Após valioso e merecido prémio recebido em Luanda, os aviadores portugueses chegaram a Lourenço Marques em verdadeira apoteose.
A abertura dos anos 30 caracterizou-se por novas “sessões contínuas” do historial da Aviação Portuguesa. Com efeito, enquanto em Novembro Moreira Cardoso e Sarmento Pimentel realizaram a primeira viagem à Índia Portuguesa, da Amadora a Diu e Goa, pouco mais de um mês depois, no final de Dezembro, teve início a primeira grande viagem de ida e volta por via aérea, da Amadora até Luanda e Benguela, com regresso á Amadora em Fevereiro em 1931. Desta vez, os destemidos aviadores foram Carlos Bleck e Humberto da Cruz, aliando-se assim a aviação civil à aviação militar. Carlos Bleck fora o nosso primeiro aviador civil. Nunca, até então o País assistira à chegada de um avião, pilotado por aviadores portugueses, vindo dos céus de outros continentes. A Amadora e Lisboa receberam os heróis do ar em delírio, aclamando-os depois todo o país.

O GRANDE FESTIVAL AÉREO DE HOMENAGEM À MEMORIA DE PLÁCIDO DE ABREU E O VOO A TIMOR E VOLTA . A MAIOR “CAVALGADA HERÓICA” DA AVIAÇÃO PORTUGUESA

Como neste Salão Nobre recordei o ano passado, em 1934 faleceu Plácido de Abreu, o nosso maior acrobata aéreo, durante um festival em Paris. Era um aviador da Amadora e à Amadora foram trazidos os seus restos mortais, a bordo de um trimotor francês. Refiro que um novo opúsculo, sobre a conferência então aqui realizada estará muito em breve à disposição de todos os interessados. Como na altura relatei, em homenagem à memória de Plácido de Abreu, realizou-se na Amadora em Novembro de 1934, “o maior espetáculo no género, até hoje efetuado em Portugal”, como foi referido em primeiras páginas nos diários da época. O êxito foi tal, que levaria no ano seguinte à realização de um segundo festival aéreo na Amadora, integrado nas festas da cidade de Lisboa.
Entretanto, teve lugar o voo a Timor, a mais longa “ Cavalgada Heróica” da Aviação Portuguesa com mais de 40 mil kms percorridos sobre três continentes, nos dois sentidos, pois processou-se da melhor forma o regresso por via aérea. Foi Amadora-Dili e volta, entre 25 de Outubro e 21 de Dezembro de 1934, sendo ainda efetuados desvios para ir a Macau e à Índia Portuguesa. É esta memorável viagem que está perpetuada na Amadora, no parque Delfim Guimarães, resultante de uma iniciativa do “Jornal de Sintra”. E a propósito, virá referir que é uma lástima a Amadora não ter um jornal, em flagrante contraste com Sintra e com tantas outras terras do país. Na Amadora só “noticias oficiais” em revista de fraca divulgação.
E o historial da aviação na Amadora – em resumidas linhas – aproxima-se do seu termo. Refiro-me ao Cruzeiro Aéreo às Colónias, em 1935/36, que preencheu a segunda parte do primeiro opúsculo em boa hora publicado pelo Instituto Bartolomeu de Gusmão. Única viagem que compreendeu uma numerosa esquadrilha, oito “ vickers” e um “ junker”, levantou voo da Amadora no dia 14 de Dezembro de 1935 e, de regresso de Lourenço Marques por via aérea, completando assim o “Cruzeiro”, somente voltaram três “vickers” pilotados por Pinho da Cunha, Joaquim Baltazar e Moreira Cardoso, acompanhados pelos mecânicos Simões, Dinis e Ramos, que aterraram na Amadora no dia 8 de Abril de 1936. Com esta viagem, fechou-se um ciclo memorável para história da aviação portuguesa e para a Amadora. As novas directrizes ditaram o encerramento do aeródromo da Amadora em 1938. Não houve mais grandes viagens aéreas nem mais festivais que se igualassem aos que tiveram por cenário a Amadora.


44 ANOS DEPOIS UM MONUMENTO AOS PIONEIROS DA AVIAÇÃO NA AMADORA?

Avancemos agora 44 anos, com a arte de voar bem diferente da dos primórdios e a Amadora “liberta” de Oeiras ainda não havia um ano e, portanto, já sede de concelho. Na galeria municipal do novo edifício camarário, no dia 8 de Abril de 1980, no 44º aniversário da conclusão do Cruzeiro Aéreo às Colónias, proferi uma conferência sob o título “ Um Monumento aos Pioneiros da Aviação”, a erguer, claro está, na Amadora; foi a primeira manifestação cultural que ali teve lugar. A ideia, apresentada a um Presidente da Câmara natural da Amadora, como eu, teve a melhor das adesões e tudo foi feito rapidamente para o fim em vista , pagar o País uma dívida em aberto, relativamente aos valorosos pioneiros da aviação. E com duas décadas de intensa actividade aeronáutica, seria na Amadora que o monumento em falta deveria ser erguido. Mais nenhuma terra do País possuía os orgulhosos pergaminhos aeronáuticos da novel sede concelhia. Embora com um projeto megalómano “um projeto grandioso”, como alguém recentemente se lhe referiu – o Monumento aos Pioneiros da Aviação teve a sua primeira pedra lançada com todo o cerimonial no dia 18 de Outubro de 1980, como sugerira, no 60º aniversário da primeira aventura aérea vivida na Amadora e no País, o já citado voo de Brito Paes e Sarmento Beires até aos céus da Madeira. Para o efeito, foi escolhida uma área ajardinada, fronteira às instalações da Academia Militar, que sucedera ao antigo aeródromo. Numa edição não muito digna e de última hora, a Câmara Municipal da Amadora fez então publicar em opúsculo, sob o titulo “Um Monumento aos Pioneiros da Aviação”, a conferência de 8 de Abril, que fora o ponto de partida para a concretização do empreendimento.

UM “BOEING” DA TAP COM O NOME DE “AMADORA” E UM EMPREENDIMENTO SEPULTADO HÁ 20 ANOS

Tudo se conjugava, portanto, para que o País prestasse uma justa homenagem aos Pioneiros da Aviação. As notícias correram de Norte a Sul e em Abril de 1981, levou até a TAP a dar o nome de “Amadora” a um novo “Boeing 727” da sua frota aérea. E o “Amadora” do final do século voltou a levar o nome da Amadora às mais distantes paragens, como o tinham feito os pequenos e frágeis aparelhos dos anos vinte e trinta. Mas, entretanto, apesar de umas tantas “lembranças” nas páginas do “Jornal da Amadora”, a construção do Monumento aos Pioneiros da Aviação “adormeceu” profundamente nos gabinetes camarários, embora um vereador iluminário garantisse que o “o monumento seria construído mesmo que demorasse anos”. E o assunto voltou a ser agitado em 1989, quando a Câmara Municipal da Amadora entendeu dever comemorar o 70.º aniversário da instalação do Grupo de Esquadrilhas de Aviação República na Amadora, com uma sessão solene na sede do Município. Por fim, volvidos oito anos, em vez do projetado Monumento aos Pioneiros da Aviação, a erguer no local onde fora lançada a primeira pedra, a Câmara Municipal da Amadora, por certo levada pela fantasia e desrespeito pelo passado de alguém da Força Aérea, aliou-se a esta e o resultado foi uma inconcebível aberração, que não evoca de maneira nenhuma os Pioneiros e se apresenta em frente das instalações do Estado Maior da Força Aérea, longe do centro da Amadora e num sitio onde ninguém vai ver “a obra” que só se avista de vias rápidas. Teve esta “nódoa negra” lugar no dia 25 de Outubro de 1997, com a primeira Câmara da Amadora em final de mandato e com perda nas eleições seguintes.

O MONUMENTO AOS PIONEIROS NO CENTENÁRIO?
De então para cá, durante duas décadas, a “nova” Câmara Municipal da Amadora tem mantido o assunto morto e bem enterrado. E a população crescente da Amadora continua a ignorar que a Amadora “teve asas” e “voou” para as mais distantes paragens. Entretanto, com a importante efeméride da aviação na Amadora há 100 anos, e os 40 anos da Amadora como sede concelhia, este ano de 2019 bem deverá ser o ano da construção do Monumento aos Pioneiros da Aviação, não o projeto aprovado há 39 anos, mas um projeto aceitável e igualmente condigno, que dê a conhecer a toda gente o que fizeram, a partir da Amadora, os nossos valentes e destemidos pioneiros da arte de voar.
Assinalar este centenário com uma ou duas sessões solenes, será lançar palavras ao vento; no dia seguinte já estão esquecidas. Só algo que se veja resultará, como sucedeu em Vila Nova da Rainha relativamente ao primeiro voo militar. A Amadora, no seu centenário aeronáutico, aguarda o que não foi feito há 38 anos. A Câmara Municipal da Amadora, a Força Aérea Portuguesa, a Comissão permanente de História Militar e o Aero Clube de Portugal devem aliar-se para o fim em vista”

António Freitas (texto e fotos)

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