Não é ainda clara a forma original de transmissão, como se transmite entre humanos, o período exato em que essa transmissão se dá e a taxa de ataque do vírus. Na verdade, falta ainda responder às três questões essenciais: Quem, como e quando?
Qual a origem exata do vírus?
Os primeiros casos do novo coronavírus em humanos estavam ligados a um mercado de pescado e carne na cidade chinesa de Wuhan. Os primeiros casos de 2019-nCoV apareceram em meados de dezembro quando começaram a chegar aos hospitais pessoas com uma pneumonia viral. Percebeu-se que todas as pessoas trabalhavam ou visitavam com frequência o mercado de marisco e carnes, nessa mesma cidade.
Ainda se desconhece a origem exata da infeção, mas terão sido animais infetados, que são comercializados vivos, a transmiti-la aos seres humanos. Contudo, não se sabe qual o animal que transmitiu o vírus ao primeiro doente infetado, nem se houve um animal que seja o hospedeiro originário e outro o hospedeiro intermédio.
Qual a verdadeira taxa de ataque?
Apesar de diariamente crescer o número de infetados, ainda não se sabe verdadeiramente qual o alcance do vírus.
Quais as pessoas mais afetadas?
Desconhece-se se o vírus afeta igualmente todo o tipo de pessoas, desde adultos ou crianças, doentes ou saudáveis, como sublinhou à agência Lusa o pneumologista Filipe Froes. As autoridades internacionais ainda não sabem também quem é que tem as formas mais graves da doença e quais as características dos mortos por este novo vírus.
O vírus afeta crianças?
Há relato de um caso de um bebé de nove meses infetado por um dos pais, mas não se sabe ainda se o vírus tem afetado crianças do mesmo modo que afeta adultos.
Qual o período de transmissão?
Filipe Froes lembra que as autoridades chinesas alertaram que pode haver transmissão entre pessoas antes mesmo do início dos sintomas. Não se sabe se é uma exceção ou uma regra e quanto tempo antes de os sintomas se manifestarem pode a doença ser contagiosa. É igualmente desconhecido qual o maior período de transmissão e até quando ocorre.
Que tratamentos existem?
Não há ainda um medicamento específico. Filipe Froes indica que haverá tratamentos experimentais em curso, mas ainda se desconhece qual a sua eficácia.
O que se sabe então sobre o novo coronavírus?
Os coronavírus são uma larga família de vírus que vivem noutros animais (por exemplo, aves, morcegos, pequenos mamíferos) e que no ser humano normalmente causam doenças respiratórias, desde uma comum constipação até a casos mais graves, como pneumonias. Podem transmitir-se entre animais e pessoas. A maioria das estirpes de coronavírus circulam entre animais e não chegam sequer a infetar seres humanos. Aliás, até agora, apenas seis estirpes de coronavírus entre os milhares existentes é que passaram a barreira das espécies e atingiram pessoas.
Estes vírus transmitem-se geralmente pela via respiratória e afetam sobretudo o trato respiratório, especialmente os pulmões nas formas graves.
Os sintomas destes coronavírus são mais intensos do que uma gripe e incluem febre, dor, mal-estar geral e dificuldades respiratórias. Nos casos confirmados inicialmente, 90% apresentaram febre, 80% tosse seca, 20% falta de ar e só cerca de 15% apresentaram dificuldade.