O navio-museu Gil Eannes, ancorado há 22 anos na doca comercial de Viana do Castelo, reabre portas amanhã, com restrições impostas pela pandemia de Covid-19 e com uma perda de receitas, em mais de dois meses de encerramento, na ordem dos 50 mil euros.
“Por ano, tínhamos, em média, 100 mil visitantes. Com este encerramento perdermos 40% dessas pessoas. A perda de receitas geradas por esse movimento ultrapassa os 50 mil euros. É um rombo significativo no orçamento anual”, revelou o vice-presidente da fundação Gil Eannes, João Lomba da Costa.
O regresso do Gil Eannes à capital do Alto Minho aconteceu a 31 de janeiro de 1998. Ao longo de vários meses foi recuperado nos ainda Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC), onde tinha sido construído, em 1955, para apoiar a frota bacalhoeira portuguesa nos mares da Terra Nova e Gronelândia.
Em agosto de 1998 abriu portas como navio-museu, gerido pela fundação, de iniciativa municipal, tendo desde então sido visitado por mais de um milhão de pessoas.
Os dois meses de encerramento devido ao surto do novo coronavírus foram aproveitados “para a reabilitação de áreas que seria muito difícil realizar com o navio-museu a funcionar”.
“Fomos às últimas reservas, mas não ficámos de mãos paradas. Com a ajuda de várias empresas do concelho recuperámos áreas que precisavam de intervenção e adaptámos o navio às regras da Direção-Geral da Saúde (DGS), obtendo a certificação ‘Safe and Clean’. Vamos abrir com total segurança”, reforçou.
De navio-hospital a navio-museu
João Lomba da Costa explicou que o navio-museu reabre agora a visitas com horário mais reduzido para “cumprir as duas operações de limpeza geral diária a que a embarcação vai ser sujeita e às seis higienizações do percurso dos visitantes e superfícies de toque”, sendo que encerra às segundas-feiras e as visitas de grupo continuam suspensas.
De acordo com João Lomba da Costa, o navio-museu tem condições para receber “45 visitantes em simultâneo, nos 909 metros quadrados de área útil”.
As visitas ao navio consistem na passagem pela ponte de comando, cozinhas, padaria ou pela casa das máquinas, mas também pelo consultório médico, sala de tratamentos, gabinetes de radiologia e bloco operatório.
A bordo existe ainda um simulador que permite navegar, virtualmente, a saída da barra de Viana do Castelo.
O navio está ainda dotado de um percurso museológico e interpretativo sobre a cultura marítima de Viana do Castelo e de um Centro de Documentação Marítima. O Gil Eannes iniciou a sua atividade como hospital em 1955, apoiando durante décadas a frota bacalhoeira portuguesa que atuava nos bancos da Terra Nova e da Gronelândia.
Depois da desativação desta frota, o navio ficou, durante longos anos, inativo e a deteriorar-se nas docas em Lisboa.
Em 1998, a Fundação Gil Eannes, considerando-o património cultural e afetivo da cidade, resgatou-o da sucata por cerca de 250 mil euros, numa inédita campanha que envolveu todos os estratos sociais vianenses.
A 31 de Janeiro de 1998, foi recebido festivamente na Foz do Lima, onde, depois de limpo e restaurado, acabou por ser aberto ao público, assumindo-se, hoje, como pólo de atratividade para Viana do Castelo, num espaço museológico de excelência.
O navio é propriedade da Fundação Gil Eannes que se assume como uma entidade sem fins lucrativos e de utilidade pública, tendo como objetivo primordial contribuir para o desenvolvimento cultural, turístico e científico, particularmente nas áreas relacionadas com a temática do mar.
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Publiée par Navio Hospital GIL EANNES sur Mardi 10 décembre 2019