A Fundação Côa Parque (FCP) renovou e atualizou os conteúdos museológicos do Museu do Côa (MC), após uma década da sua abertura, dotando-o de novas tecnologias, como realidade aumentada, permitindo uma melhor fruição dos visitantes.
“Este tipo de exposições museológicas tem uma duração de 10 anos. E, na última década, houve novidades científicas, que impunham uma revisão dos conteúdos existentes no programa museológico e da tecnologia existente, a qual vai ficando obsoleta, com o passar dos anos, sendo imperioso a sua substituição”, disse à Lusa o presidente da FCP, Bruno Navarro.
A Fundação atualizou a informação existente em toda a exposição do museu, começando por uma introdução interdisciplinar, em uma das salas, onde se pretende dar respostas à temática da escolha do homem da pré-histórica para se fixar no Vale do Côa e aí deixar as sua representações artísticas.
“Pretendemos desafiar os nossos visitantes, a fazer esta descoberta e a arranjar respostas, com recursos a tecnologia interativa e de realidade virtual, destinadas ao visitante com mobilidade reduzida ou que tenham falta de tempo para fazer uma visita ao território do Parque Arqueológico”, concretizou Bruno Navarro.
A promoção do conhecimento do que foi a vida quotidiana do homem da pré-história é outras das propostas feitas neste novo pacote de visita ao museu.
“Nós mantivemos sempre o foco na arte produzida no paleolítico superior, e por vezes perdeu-se um pouco a ligação da vida quotidiana dessas pessoas. Agora, os nossos visitantes passarão a ter um novo enfoque nessa informação, onde com recurso a realidade virtual poderão observar o desempenho do homem pré-histórico”, vincou o responsável.
Segundo investigadores em trabalho no terreno, mais do que um museu de arqueologia, o MC é, em primeiro lugar, um museu de arte, com obras quer dos caçadores-artistas do “Gravetense”, quer dos últimos moleiros rupestres da Canada do Inferno.
“O Museu do Côa explana todo um catálogo de s25ensibilidades que se contêm na rudeza dos painéis de xisto que há milhões de anos moldam a geomorfologia regional”, indicaram os arqueólogos que trabalham no Vale do Côa.
Os sítios de arte rupestre do Vale do Côa situam-se ao longo das margens do rio Côa, sobretudo no município de Vila Nova de Foz Côa, estendendo-se por uma área de 20 mil hectares que abrange os municípios vizinhos de Figueira de Castelo Rodrigo, Meda e Pinhel, no distrito da Guarda.
A arte rupestre do Côa, inscrita na Lista do Património Mundial da UNESCO desde 1998, foi uma das mais importantes descobertas arqueológicas do Paleolítico Superior, em finais do século XX, em toda a Europa. O edifício do Museu do Côa foi concebido por Camilo Rebelo e Tiago Pimentel, uma dupla de arquitetos do Porto.
O Museu do Côa nasce em 2010 na sequência da descoberta dos sítios de arte rupestre do Vale do Côa em 1994 e da sua classificação pela UNESCO como Património Mundial em 1998. Uma vez que “o verdadeiro museu é o Vale”, as coleções de originais guardadas no museu são uma amostragem, constituída por peças de arte móvel paleolítica recuperadas em contexto de escavação e artefactos arqueológicos que vão sendo descobertos nos trabalhos de pesquisa que aqui prosseguem desde a criação do Parque Arqueológico.
Museu do Coa
Rua do Museu – Vila Nova de Foz Côa
GPS (datum WGS 84): N 41º 04’ 47.9’’ / W 7º 06’ 47.8’’
Horários
Outubro a fevereiro, das 9h às 17h30 (marcação de visitas das 9h às 17h30); março a maio, das 9h30 às 18h (marcação de visitas das 9h30 às 12h e 13h30 às 18h); junho a setembro, das 9h30 às 19h (marcação de visitas das 9h30 às 12h e das 14h às 18h)
Encerra a 1 de janeiro, 1 de maio e 25 de dezembro
Preços
Criança até 3 anos: gratuito
Criança dos 4 aos 12 anos: 3 euros
Normal: 6 euros
Sénior, cartão-jovem e portador de deficiência: 4 euros
Bilhete família (casal com dois filhos até 12 anos): 15 euros (17 euros com visita guiada)
Aos domingos e feriados, das 09h às 13h as entradas são gratuitas para residentes em Portugal