A empreitada de um milhão de euros para melhorar as condições de acolhimento do público no Mosteiro de Arouca já estão a decorrer e devem concluir-se em 2020, revelou a Direção Regional de Cultura do Norte (DRCN).
Anunciada em 2017, a intervenção enquadra-se na Operação Mosteiros a Norte, tem financiamento comunitário na ordem dos 708.000 euros e está entregue à empresa AOF – Augusto de Oliveira Ferreira.
Segundo a DRCN, estão em causa duas empreitadas, “uma que se destina à criação de uma estrutura de acolhimento do visitante e outra que tem por objeto a recuperação dos vãos da igreja e do coro” do mosteiro.
No primeiro caso, o objetivo é criar uma receção cujas condições espaciais, infraestruturais, de equipamento e de suporte para conteúdos “permitam prestar um serviço adequado de acolhimento, acessibilidade e circuito de visita ao monumento”. Isso implicará a recuperação de alguns espaços e a ampliação da área já visitável, o que irá permitir a exposição de peças da história do mosteiro anterior ao século XVIII e até agora desconhecidas – nomeadamente do período medieval.
Já as obras na igreja e no coro, por sua vez, pretendem “resolver os atuais problemas de degradação” dessas áreas do edifício, uma vez que, embora estando em causa “os dois espaços mais emblemáticos do mosteiro”, os respetivos vãos “nunca dispuseram de encerramento eficaz e condigno, encontrando-se o sistema existente em estado irrecuperável e a ameaçar risco para a proteção dos interiores”.
No global das duas intervenções, os trabalhos esperam-se concluídos no segundo semestre de 2020 e, até lá, o Mosteiro continuará a acolher visitas ao seu Museu de Arte Sacra e a celebrar as habituais cerimónias religiosas na igreja.
Margarida Belém, presidente da Câmara Municipal de Arouca, acredita que, juntamente com a concessão que até 2022 irá transformar a ala sul do Mosteiro numa unidade hoteleira de quatro ou cinco estrelas, estas obras vão garantir “uma nova atratividade” ao ex-líbris da vila e à generalidade do território do concelho.
A autarca recorda que esse foi um dos mosteiros mais influentes da Península Ibérica e defende que isso se tornará mais evidente em 2020, quando os visitantes do edifício se depararem na receção com “novos recursos multimédia com conteúdos interpretativos sobre o imóvel”.
Em traça classicista romana, o Mosteiro de Arouca foi objeto de grandes intervenções de estilo barroco nos séculos XVII e XVIII, ficou na posse do Estado em 1834 – quando se extinguiram as ordens religiosas portuguesas – e manteve atividade monástica até 1886 – ano da morte da última freira aí residente.
Os bens do Mosteiro reverteram então para a Fazenda Pública, após o que o edifício ligado à Ordem de Cister foi acolhendo diversas funcionalidades ao longo dos anos, estando classificado como Monumento Nacional desde 1910.
O imóvel é o sétimo a ser concessionado pelo Estado no âmbito do programa REVIVE e desde abril deste ano tem a sua ala sul concessionada à empresa MS Hotels & Resorts, que irá investir 3,5 milhões de euros para aí criar uma unidade com 60 a 70 quartos, piscina interior e exterior, spa, restaurante e court de padel.