O antigo presidente e fundador do CDS, Diogo Freitas do Amaral, morreu hoje. Professor de de Direito estava internado nos cuidados intermédios no Hospital da CUF em Cascais desde 17 de setembro, devido a um cancro nos ossos, segundo avançou a RTP. O Governo vai decretar luto nacional no dia do funeral, anunciou o Executivo em comunicado.
“Acabou de falecer um dos fundadores do nosso regime democrático. À memória do Professor Freitas do Amaral, ilustre académico e distinto Estadista, curvamo-nos em sua homenagem”, refere o comunicado enviado às redações, onde o Executivo anuncia que “decretará Luto Nacional coincidente com o dia do funeral, o que será acertado nas próximas horas e de acordo com a indicação da sua família”.
“A título pessoal, e como seu antigo colega de Governo, não posso deixar de recordar o muito que aprendi com o seu saber jurídico, a sua experiência e lucidez política e o seu elevado sentido de Estado e cultura democrática, que sempre praticou”, escreve António Costa já que entre 2005 e 2006, após ter saído do CDS em 1992, Freitas do Amaral foi ministro dos Negócios Estrangeiros de José Sócrates. Um dos marcos da sua passagem pela pasta foi o grande impulso que deu à diplomacia económica.
Esta não foi a primeira experiência governativa do também romancista e dramaturgo. Freitas do Amaral fez parte de governos da Aliança Democrática (AD), entre 1979 e 1983.
No final de junho deste ano, Freitas do Amaral lançou o seu terceiro livro de memórias políticas, intitulado “Mais 35 anos de democracia – um percurso singular”, que abrange o período entre 1982 e 2017, editado pela Bertrand.
Nessa ocasião, em que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro líder do CDS e candidato nas presidenciais de 1986 recordou o seu “percurso singular” de intervenção política, afirmando que acentuou valores ora de direita ora de esquerda, face às conjunturas, mas sempre “no quadro amplo” da democracia-cristã.