Segundo a Organização Mundial de Saúde, 188 mil pessoas morrem todos os anos na sequência de ataques de cobras venenosas.
Anualmente, 5.4 milhões de pessoas são mordidas por cobras venenosas, em todo o mundo, sendo que 400 mil delas ficam com lesões para a vida, como paralisias ou amputações. Por esse motivo, cientistas da Organização Mundial de Saúde (OMS) classificam as mordidas de cobra como “a maior crise oculta da saúde mundial”.
E o número, sublinha a OMS, é apenas uma estimativa, uma vez que a organização calcula que, nos países onde são mais frequentes (os mais pobres), muitos casos não sejam registados eficazmente.
Para além dos problemas na contabilização, há dificuldades ainda maiores nos cuidados dos doentes. Os métodos e antídotos existentes para combater o veneno são os mesmos desde o século XIX e envolvem o uso de anticorpos de cavalos, o que implica um elevado risco de contaminação ou efeitos secundários. Foi por essa razão que a organização britânica Wellcome Trust decidiu investir 80 milhões de libras (91.5 milhões de euros) num novo programa direcionado para a investigação e melhoramento das metodologias de assistência médica.
William Hayes, do Departamento de Ciências Biológicas e da Terra da Universidade de Loma Linda, no sul da Califórnia, explicou à Sky News que há vários fatores a ter em consideração para avaliar o perigo de cada espécie, como a sua proximidade das populações, o quão tóxico é o seu veneno e qual o seu grau de propagação.
Segundo Hayes, a Taipan-do-interior é a cobra mais venenosa do mundo. Esta cobra vive no centro da Austrália e possui veneno suficiente nas suas presas para matar 100 homens. Segundo os especialistas, um ser humano picado por esta cobra muito dificilmente poderá ser salvo, uma vez que, só lhe restariam cerca de 45 minutos de vida.
Apesar de a Taipan ser a mais venenosa, a que causa mais mortes é a Echis. Esta cobra pode ser encontrada em África, no Médio Oriente, no Paquistão, na Índia e no Sri Lanka. Como vive perto de zonas muito populosas e passa facilmente despercebida, graças ao seu tamanho reduzido, é a cobra que faz vitimas mais frequentemente. A Pseudonaja textilis, da Austrália e na Nova Guiné, completa o pódio das espécies mais perigosas.