No próximo dia 27 de novembro, em sintonia com diversas cidades de vários países, alguns monumentos simbólicos de Portugal voltam a ser iluminados. Para chamar a atenção sobre a perseguição feita aos cristãos em vários locais do globo.
A iniciativa volta a ser da Fundação AIS e “procura combater a indiferença da sociedade perante esta realidade dramática dos tempos atuais”, explica num comunicado.
Lisboa, Porto, Braga, Bragança e Almada são algumas das cidades portuguesas que vão iluminar monumentos o que demonstra uma adesão crescente de Portugal à iniciativa conhecida como ‘Red Wednesday’ (‘Quarta-feira Vermelha’).
Na jornada de sensibilização agendada para 27 de novembro, serão iluminados de vermelho, a cor que simboliza o sangue dos mártires, monumentos como o Mosteiro dos Jerónimos, em Lisboa; a Sé Catedral, em Bragança; a Basílica dos Congregados e o Santuário de São Bento da Porta Aberta, em Braga; e o Santuário do Cristo Rei, em Almada, decorrendo em todos eles momentos de oração pelos cristãos perseguidos.
Além de Portugal, outros países associaram-se já a esta iniciativa, como é o caso da Alemanha, Chile, Estados Unidos, Austrália, Canadá, Reino Unido, Áustria, Holanda, Eslováquia, Filipinas e Itália.
A Fundação AIS vai também dedicar este ano, em Portugal, a sua Campanha de Natal em favor dos ‘Cristãos perseguidos em África’, continente que tem sido palco de violência crescente contra esta comunidade religiosa, nomeadamente na Nigéria, Sudão do Sul, Camarões ou República Centro-Africana.
300 milhões de cristãos perseguidos
O relatório ‘Perseguidos e Esquecidos?’, lançado em Lisboa em outubro, é taxativo na avaliação que faz da questão da perseguição aos cristãos: este é um drama que afeta cerca de 300 milhões de pessoas.
“A situação no Médio Oriente, por exemplo, revela-se mesmo dramática. A forte instabilidade que se vive na região poderá vir a acelerar o fim do cristianismo em países como a Síria ou o Iraque, se a comunidade internacional não actuar rapidamente”, alerta a Fundação AIS.
O relatório avança que nalgumas vilas e cidades do Médio Oriente, “a contagem decrescente para o desaparecimento do cristianismo parece imparável”.
Mas também tanto na Ásia como em África revelam-se “sinais inquietantes de crescente hostilidade para com os cristãos”.
“Da Nigéria, na África Ocidental, a Madagáscar na África Oriental, os cristãos, em algumas partes de África, estão ameaçados por islamitas que procuram eliminar a Igreja, seja pelo uso da força, ou por meios desonestos, incluindo subornar pessoas para que se convertam”, revela o relatório‘Perseguidos e Esquecidos?
Em relação ao continente asiático, o mesmo documento indica que a perseguição aos cristãos “agravou-se sobretudo na Ásia Meridional e Oriental”, sendo esta “a região mais crítica a nível de perseguição.
“ Ataques a igrejas no Sri Lanka e nas Filipinas mostram que os cristãos da Ásia Meridional e Oriental enfrentam uma ameaça em três frentes: do extremismo islâmico, do nacionalismo populista e dos regimes autoritários”, exemplifica.
Uma das conclusões do relatório refere que “em todo o mundo, os cristãos são o alvo preferido de extremistas militantes violentos que actuam sem limites e que olham para os cristãos locais como uma alternativa legítima a um ataque directo ao Ocidente”.
“Perante esta realidade, em que milhões de pessoas em todo o mundo não podem professar a sua fé em liberdade, pois são perseguidas, intimidadas, presas e muitas vezes mortas, impõe-se a mobilização da sociedade”, defende a Fundação AIS.