Quem pensa que a Luís Vicente, apesar de ser um gigante do setor, é uma simples empresa no Oeste que comercializa fruta e legumes está muito enganado. Hoje é um poderoso grupo que para além de exportar já se fixou com empresas próprias no Brasil, Costa Rica, Angola, Espanha e Holanda e faz do mundo “a sua zona de conforto”…
Com base no profissionalismo dos seus colaboradores que desenvolvem o seu trabalho com recurso a processos inovadores, domínio da informação, justeza nas relações, segurança no desempenho assente em filosofias de parceria, cooperação, flexibilidade e funcionalidade de forma a proporcionar uma ótima qualidade de serviço a clientes.
Desta forma continua o espírito empreendedor da família que há 60 anos fundou a empresa, hoje genericamente reconhecida pelos méritos no setor das frutas e dos legumes.
Foi isto mesmo que fomos descobrir um destes dias entrevistando MIGUEL BARBOSA, Administrador e Diretor Geral do Grupo Luís Vicente.
Fale-nos um pouco da história da empresa…
A Luís Vicente tem cerca de 60 anos de história tendo começado pela mão do senhor Luís Vicente, pai do atual acionista que tem o mesmo nome, e começou com a compra de frutas em pomares e a partir dali (armazém na Freixofeira) procedia ao respetivo embalamento e depois ia vender para o mercado do Rego. A empresa foi sempre muito ligada à produção e à comercialização de fruta. tanto que nos dias de hoje é o principal negócio da empresa.
O filho do fundador Luis Vicente, veio dar continuidade ao negócio embora com uma dinâmica diferente querendo ter aqui uma empresa com uma grande base de produção, mas muito virada para a exportação.
Permanece a compra de pomares tendo vários produtores associados, criando para isso a Globalfrut OP (associação de produtores), e note-se que estamos a falar aqui de um grupo de empresas e não apenas da Luís Vicente, trata-se de um grupo muito ligado à produção de pera rocha, maçã, ameixa, pêssegos e nectarinas onde contamos com cerca de 60 produtores a trabalhar connosco.
Mas no ano 2000 a empresa foi produzir no Alentejo…
No ano 2000 a Luís Vicente adquiriu uma propriedade em Ferreira do Alentejo, com 200 hectares onde temos a nossa produção própria e onde temos produtos como pera rocha, nectarinas, ameixas pêssegos, diospiros e marmelos. Toda esta produção em Portugal destina-se primordialmente à exportação para países como o Brasil, Canadá, Inglaterra, Espanha, Irlanda, Alemanha, França, Marrocos, Angola e também para o mercado nacional onde os principais clientes são todas as cadeias de supermercados que operam em Portugal.
Em 2007 a empresa dá início àquilo que podemos considerar “exportar-se a ela própria” com o projeto Plump. Quer explicar?
Em 2007 fruto do trabalho que vínhamos a desenvolver com a fruta tropical, nomeadamente no Brasil e na Costa Rica com parcerias cada vez mais estreitas com produtores locais resolvemos criar uma marca a “Plump”. Uma marca para trabalhar estritamente produtos tropicais, e intensificamos a produção no Brasil e Costa Rica onde criamos as empresas Plump Brasil e Plump Costa Rica que são a base produtora dos produtos tropicais que comercializamos em Portugal e na Europa.
Em 2008 surge a Plump Espanha e a Plump Fruits na Holanda para agilizar a comercialização na Europa, assim conseguimos escoar o produto para Espanha, e a partir da Holanda para a Escandinávia e Europa de Leste. Desta forma criamos assim um grupo de empresas que constituem atualmente o Grupo Luís Vicente.
Porque para além da produção também trabalhamos com outras origens para garantir o ciclo anual dos produtos porque não temos maçãs, kiwi, limão, laranjas, uvas entre muitos outros o ano inteiro e por isso temos de ir onde há. Trabalhamos por isso produtos de diversas origens tais como África do Sul, Chile, Argentina, Uruguai entre outros.
Avançamos também para algumas inovações na cadeia de valor, criando a fruta fresca cortada e a fruta desidratada e hoje temos uma forte presença no mercado e des
de 2006 que temos vindo a dinamizar esse negócio e não deixa de ser agradável ver os
imensos turistas na nossa cidade de Lisboa a pegar na nossa fruta e a comer pela rua o com o garfo que sempre acompanha as embalagens.
A fruta cortada foi uma ideia que funcionou bem?
A fruta fresca cortada é uma ideia que funciona e tem tido um crescimento muito significativo, estando presente nos hipermercados, no canal Horeca e como bandeira estamos também no Starbucks, porque é muito agradável para o consumidor.
Depois demos outro passo ao avançar para a fruta desidratada desenvolvendo o snack saudável – Frubis – em que se pode comer fruta crocante em qualquer altura do dia. Trata-se de fruta de onde é retirada a água através de diversos ciclos de temperatura e depois também fazendo o respetivo embalamento. É também um produto com características exportáveis e por isso já estamos em diversos mercados.
A Luís Vicente mais do que exportação aposta claramente nos mercados de presença. É assim?
Sim quando o mercado convida a isso, é esse o nosso caminho, porque detemos estas várias empresas e estamos muito focados na vertente da produção, tendo como objetivo de expansão o querer crescer para novos países. Estamos neste momento com um processo de internacionalização para Marrocos, tal como fizemos em Angola onde também, temos a Plump Angola, uma operação que já tem oito anos, isto porque o grupo há cerca de 28 anos atras enveredou por negócios noutras áreas naquele mercado, nomeadamente na área de bebidas. E este processo de internacionalização é de facto o grande desafio que temos e que assumimos.
Vejo que realmente a Luís Vicente é um mundo imenso…
Sim de facto mas tudo isto tem de ver com o mercado consumidor. Os clientes são cada vez mais exigentes gostam de experiencias novas e por isso temos de conseguir que a fruta seja experimentada pelos novos consumidores e que lhes traga novas sensações, e para que assim tenham a Luís Vicente como um parceiro contante com regularidade e qualidade.