O município de Macedo de Cavaleiros e o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) assinaram um protocolo para a implementação da luta biológica para o tratamento do ‘cancro’ do castanheiro (Cryphonectria parasítica) no concelho macedense.
Segundo uma nota do executivo autárfquico, este protocolo será extensível à Associação de Criadores de Gado e Agricultores e à associação Souto Os Cavaleiros.
“Vamos suportar metade das despesas com a aquisição do DICTIS, um produto biológico criado pelo Instituto Politécnico de Bragança para tratar esta doença”, adiantou o presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues.
No âmbito do protocolo, a autarquia compromete-se a pagar 50% das despesas que os produtores de castanheiro vão ter com a aquisição dos frascos de 250 ml para o tratamento do cancro do castanheiro.
“É um problema muito grave que se instalou no Nordeste Transmontano e que a autarquia entendeu que tem de ajudar a combater, como forma de proteger o próprio tecido económico”, alerta Benjamim Rodrigues.
Segundo a nota da autarquia de Macedo de Cavaleiros, para implementar esta medida, a autarquia compromete-se a assegurar uma dotação de 20 mil euros ao longo de três anos – 10 mil no primeiro ano e a restante verba dividida pelos dois anos seguintes.
Já as duas associações que assinam este protocolo terão a responsabilidade de prestar serviço no tratamento do castanheiro através da aplicação do agente biológico desenvolvido pelo IPB.
Além da produção do produto de combate ao ‘cancro’ do castanheiro, e que segundo os técnicos tem uma eficácia próxima dos 100% no tratamento da doença, o Instituto Politécnico de Bragança terá ainda a responsabilidade de elaborar uma cartografia de distribuição do parasita,”de modo a maximizar a taxa de sucesso no tratamento da doença”.
O IPB terá ainda de analisar eventuais falhas no combate à doença, nomeadamente identificando os tipos de cancro presentes nos locais onde o agente biológico não se revele 100% eficaz, informa a autarquia de Macedo de Cavaleiros.
“Esperamos, com a implementação deste protocolo, começar a tratar uma doença que se instalou no nosso território quase há uma década e que tem vindo a alastrar-se, conduzindo já à morte de alguns castanheiros, por via da falta de tratamento”, explica Benjamim Rodrigues.