O Exército tem registado um aumento da procura dos jovens para se alistarem voluntariamente naquele que pode ser um início de carreira nas forças armadas ou de segurança portuguesas, revelou hoje o comandante da Brigada de Intervenção. O general Xavier de Sousa presidiu, em Vinhais, a uma cerimónia de Juramento de Bandeira de 75 novos soldados que acabaram a formação e vão integrar o Regimento de Infantaria 19 de Chaves, um dos vários regimentos que a Brigada de Intervenção tem espalhados pelo país.
Segundo o responsável, o Exército faz questão de realizar estas cerimónias fora das zonas onde se encontram os regimentos para se mostrar a toda a população e nos últimos tempos têm sido realizadas várias pelo país com o alistamento de algumas centenas de soldados.
A adesão é voluntária e tem crescido, o que o comandante atribui à imagem que o Exército tem passado com ações de proximidade junto das populações.
“Começa a haver novamente adesão dos jovens, houve uma fase em que não houve tanta adesão, agora, como demonstram as incorporações nos últimos tempos, 120 em Chaves, outros 120 em Abrantes, em Beja, já começa a haver novamente uma adesão”, sustentou.
O ingresso no Exército pode ser, segundo disse, “sem dúvida um início de uma carreira para muitos” jovens.
“Alguns deles são licenciados, alguns enfermeiros, mas já tivemos inclusive engenheiros como soldados, tivemos um economista, para eles é um início de uma carreira e um vislumbrar outros caminhos”, afirmou.
O Exército dá acesso a um conjunto de carreiras que podem passar pela GNR, PSP, Guardas Prisionais, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras ou Forças Armadas.
A descentralização de cerimónias como a que decorreu em Vinhais, no Nordeste Transmontano, serve para “mostrar que (o Exército) não está dentro dos quartéis”.
“Hoje estamos presentes no acidente de Arraiolos, é um regimento do Exército que está a fazer ali as avaliações e está a tentar resgatar os corpos”, exemplificou.
O general lembrou que estão também presentes nos incêndios florestais ou em cenários de catástrofe, como o provocado pela tempestade Leslie na zona centro de Portugal.
“Além disso estamos a fazer a segurança e a defesa do nosso país em outras terras: no Iraque, Afeganistão, Mali, Timor”, acrescentou.
Para o presidente da Câmara de Vinhais, Luís Fernandes, este foi “um dia importante para o concelho”, porque foi a primeira vez que se fez na vila transmontana um Juramento de Bandeira, uma cerimónia a que “muitas pessoas nunca assistiram e que gostam de ver”.
Outro aspeto “muito positivo” é o facto de esta cerimónia arrastar também familiares dos soldados para as localidades onde decorre.
“Traz gente ao concelho, pessoas que já ficaram cá a dormir, que vão ficar durante o dia e fazer as refeições, também é importante para o comércio local, também foi outro motivo por que nós tentamos trazer esta cerimónia aqui para Vinhais”, afirmou o autarca.
Outro concelho do distrito de Bragança, o de Vimioso, irá receber uma cerimónia idêntica no mês de dezembro.
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