A Cáritas de Portalegre-Castelo Branco entregou ontem a famílias de Mação, oito habitações que a instituição tinha assumido reconstruir depois do incêndio que atingiu aquele concelho em julho.
Em julho deste ano, vários incêndios florestais deflagraram nos concelhos da Sertã e Castelo Branco e estenderam-se aos concelhos de Proença-a-Nova, Mação, Gavião, Vila Velha de Ródão e Nisa.
Só em Mação, para além da floresta ardida, o incêndio destruiu um número considerável de arrecadações para animais e forragem, anexos de casas, algumas casas de segunda habitação e 14 casas de primeira habitação. Dessas 14 habitações, oito foram recuperadas pela Cáritas de Portalegre-Castelo Branco e entregues agora aos proprietários.
“A Cáritas Diocesana, visitou a zona ardida e as famílias vitimadas. Esteve com as pessoas das comunidades, manifestou solidariedade e, de imediato assumiu com as famílias e com a Câmara Municipal de Mação, a recuperação de oito habitações ardidas, o que foi possível graças à generosidade dos portugueses que, mais uma vez, confiaram à Cáritas o seu contributo solidário e, também, com as verbas recolhidas a nível nacional, no peditório decidido pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP)”, assumi a instituição num comunicado divulgado em agosto deste ano.
A ação, que representou uma verba de 250 mil euros, contou com a cooperação da Câmara Municipal de Mação, e permitiu “em tão curto espaço de tempo, devolver a oito famílias, a esperança e a certeza de verem as suas casas recuperadas”, congratula-se a Cáritas de Portalegre-Castelo Branco numa nota divulgada pela Agência Ecclesia.
Cáritas reconstroi 16 casas
“Desde os primeiros fogos que afetaram a nossa população que a Cáritas tem acompanhado as famílias e temos feito tudo para uma resposta rápida, principalmente, de acordo com aquilo que as pessoas precisam e merecem da nossa intervenção”, disse o presidente da Cáritas de Portalegre – Castelo Branco, Elicídio Bilé.
Num comunicado enviado à Agência Ecclesia, a Cáritas Portuguesa informa que as oito habitações, “cinco de reconstrução parcial e três de reconstrução total”.
A ação da Cáritas Diocesana de Portalegre – Castelo Branco faz parte de um compromisso total de 16 habitações, 10 de reconstrução parcial e 6 de reconstrução total, que a instituição “assumiu logo” aquando o levantamento de necessidades após os fogos florestais de verão nos conselhos de Mação, Abrantes, Gavião, Vila de Rei, Vila Velha de Rodão e Oleiros.
“A Cáritas diocesana está no terreno, em contato permanente com as comunidades paroquiais, que são uma força fundamental pelo contacto de proximidade e privilegiado com as pessoas, e, também, com as autarquias com quem articulamos de forma a agilizar a resposta e otimizar recursos”, desenvolveu ainda Elicídio Bilé.
“O total resultante dos donativos e ofertórios foi de 1,7 milhões de euros, dos quais 560 mil euros cabem a esta Diocese para a requalificação de 15 casas, que foram destruídas de forma total ou parcial, sendo estas oito em Mação, e mais uma que a paróquia adquiriu, duas em Vila de Rei, duas em Abrantes, uma em Gavião e uma outra em Vila Velha de Rodão”, contabilizou.
Ouros apoios da Cáritas
A cerimónia de entrega das habitações, recuperadas no âmbito da campanha nacional ‘Cáritas, com Portugal, apoia vítimas dos incêndios’, é uma iniciativa da Cáritas diocesana, das comunidades paroquiais de Mação e Evendos e da Câmara Municipal de Mação que contou com a presença do bispo de Portalegre-Castelo Branco, D. Antonino Dias.
Mação foi um dos 30 concelhos mais atingidos pelos incêndios florestais de julho e agosto de 2017, considerados uma “catástrofe natural”, de acordo com um despacho do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, publicado em Diário da República a 6 de outubro.
Para além das habitações, a Cáritas vai ainda apoiar cerca de três dezenas de famílias em quatro freguesias de Oleiros, na construção de currais, galinheiros e capoeiras, e na aquisição de algumas centenas de porcos, galinhas, outras aves e ovelhas, para além de 280 colmeias e respetivos enxames, visando a reposição de fontes de rendimento perdidas nos incêndios.