‘Vieira da Silva. Exposição imersiva’ preenche até 26 de agosto a praça central do Centro Colombo, em Lisboa, e reúne 35 obras de um dos maiores nomes da pintura portuguesa.
As telas de Maria Helena Vieira da Silva são apresentadas de forma inédita numa experiência imersiva que usa tecnologias digitais e de ‘media art’, no âmbito da iniciativa ‘A Arte Chegou ao Colombo’.
A exposição concilia “a arte e as obras no sentido mais clássico e convencional com o arrojo, disrupção digital e surpresa audiovisual”, informa a organização.
Segundo uma nota do Centro Colombo, “numa experiência de cor, texturas e expressão, conciliam-se a arte no sentido mais clássico e a disrupção digital, mas também visual e auditiva”.
As obras de Vieira da Silva são alvo de animações, efeitos e desconstruções pela dupla Oskar & Gaspar, ao som da banda sonora de Rodrigo Leão, permitindo aos espectadores uma aproximação à arte “numa experiência única de cor, texturas, som e expressão”.
A exposição foi desenvolvida em parceria com a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva (FASVS), que participou na seleção das obras em exposição, garantindo a qualidade, representatividade do percurso e o respeito pela integridade da obra da artista.
O projeto de arquitetura, fundamental para dar vida a este museu digital, é da responsabilidade da plataforma multidisciplinar KWY.studio.
Com entrada gratuita, este museu temporário poderá ser visitado até ao dia 26 de agosto, entre as 10h e as 23h.
Maria Helena Vieira da Silva (1908-1992) nasceu em Lisboa onde estudou desenho, pintura e escultura e seguiu em 1928 para Paris, para frequentar aulas de escultura e de pintura em várias academias.
Em 1930 casou com o pintor Arpad Szenes (1897-1985), de origem húngara, e perdeu a nacionalidade portuguesa. Em 1932 conheceu a galerista Jeanne Bucher, que desempenha um papel decisivo na sua carreira.
A ameaça da II Grande Guerra trouxe o casal a Lisboa, mas foi-lhes recusada a nacionalidade portuguesa, o que os levou a partir para o Brasil, onde viveram entre 1940 e 1947.
Em 1956, Arpad Szenes e Vieira da Silva naturalizaram-se franceses e o Estado francês adquiriu obras suas a partir de 1948 e atribuiu-lhe várias condecorações, a primeira em 1960. Em 1983, o Metropolitano de Lisboa propôs-lhe a decoração da estação da Cidade Universitária. Em 1990, em Lisboa, foi criada a Fundação Arpad Szenes-Vieira da Silva cujo Museu, dedicado à obra dos dois pintores, abriu ao público em 1994.
Vieira da Silva é a artista portuguesa com maior projeção internacional, com obras atingem valores mais altos em leilão. Foi na pintura que se notabilizou, mas o seu percurso também ficou associado a encomendas importantes de arte pública, a trabalhos de cenografia, tapeçaria, vitral e ilustração.