Durante quatro dias, de 9 a 12 de agosto, o BONS SONS toma conta de Cem Soldos com sons refrescantes, palcos de música, feira de artesãos, exposições de arte e inúmeras atividades que animam as suas ruas, praças e largos. A aldeia é cercada para receber o festival, com o seu perímetro a definir os limites do recinto. À chegada a uma das quatro entradas, o visitante coloca uma pulseira que lhe dá acesso à aldeia e aos locais de espetáculo, começando aqui a experiência do BONS SONS. São 8 palcos, dedicados a programas distintos, perfeitamente integrados nos espaços de Cem Soldos. As atividades paralelas à programação musical decorrem também pela malha urbana da aldeia, o que incentiva os visitantes à exploração.
Com todos os serviços necessários à sua disposição, o visitante não precisa de sair do recinto, onde é convidado a viver a aldeia, a conhecer os seus habitantes e a partilhar os seus lugares e tradições, enquanto usufrui do
programa. Celebrando este ano o “Amor de verão” entre os 35 mil festivaleiros esperados e a aldeia que os recebe com frases pintadas nas paredes, varandas ou estendais. “Há uma relação afetiva entre os visitantes e o próprio espaço da aldeia que este ano dedica o festival a esse “Amor de verão” com a população a envolver-se em mais um projeto para receber os festivaleiros”, refere Luís Ferreira, da organização do Bons Sons. Em Cem Soldos – a aldeia que durante quatro dias se transforma no recinto do festival – a “contagem decrescente” para a receção aos festivaleiros vive-se com os habitantes locais empenhados em “pintar nas paredes e em azulejos frases retiradas de letras de canções dos artistas que integram o cartaz”, ou em criar “estendais de lençóis também com partes das músicas que este ano são 90% de amor”.
O ‘amor de verão’, que a aldeia faz acontecer entre quinta-feira e domingo, envolve os cerca de mil habitantes de Cem Soldos que abrem as portas das suas casas aos festivaleiros, cedem terrenos agrícolas para instalar parques de estacionamento ou transformam quintais em restaurantes onde limpam, cozinham e servem as refeições.
50 actuações
“Dos mais velhos aos mais novos todos participam” na construção do festival “feito de vivências entre quem habita e quem visita a aldeia” que, lembrou Luis Ferreira, vai receber 50 atuações do rock, à pop, à folk, ao jazz, ao fado, ao funk e à eletrónica. Salvador Sobral, Selma Uamusse, Mazgani, Sara Tavares, Sean Riley & The Slowriders, Cais Sodré Funk Connection, Dead Combo, Lena D’Água e Primeira-dama com Banda Xita são as propostas para o Palco Lopes Graça, no largo da aldeia. Já o Palco Eira e o Palco ao Sol foram este ano rebatizados. O primeiro adotou a designação Zeca Afonso para receber atuações “mais intimistas” como as de The Lemon Lovers, Slow J, 10.000 Russos, Mirror People, Zeca Medeiros, Paus, Peltzer e Linda Martini. O segundo passou a chamar-se Amália, em homenagem à fadista, e a ele subirão Norberto Lobo, João Afonso, Miguel Calhaz, Ela Vaz, Motion Trio, Moonshiners, Fado Violado e Tia Graça – Toda a gente devia ter uma. No palco Giacometti a relação de intimidade com o público celebra-se nesta edição com Lince, Jerónimo, S. Pedro, Tomara, O Gajo, Quartoquarto, Monday e Luis Severo. Palankalama, Patrícia Costa e Meta são as propostas para o palco Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, espaço onde cabem ainda as atuações de Vozes de Manhouce, Homem em Catarse, Artesãos da Música, Orquestra de Foles e Douradas Espigas. Noite dentro, a música vive-se em Cem Soldos no Palco Aguardela, com nomes como António Bastos, Conan Osiris, Colorau Som Sistema e Xinobi.
O auditório da aldeia muda também este ano de nome, adotando a denominação Agostinho da Silva, o “Curtas em flagrante”, um festival de curtas-metragens oriundas de países de língua oficial portuguesa, e uma vasto programa de atividades paralelas para as famílias. Organizado pelo Sport Club Operário de Cem Soldos desde 2006, o Bons Sons manteve-se bienal até 2014, passando a realizar-se anualmente e tendo recebido, em oito edições, 278 concertos e 238.500 visitantes. Este ano, “a expectativa é manter a média dos 35 mil visitantes” ao longo dos quatro dias do certame cujos bilhetes das duas primeiras fases de vendas “esgotaram”, mantendo-se “a bom ritmo” a venda de ingressos que decorre ainda até ao início do festival. O Bons Sons, que movimenta um orçamento anual na ordem dos 450 mil euros, tem como meta o desenvolvimento local e integra-se num conjunto de atividades culturais desenvolvidas pela população e pela associação local, cujos lucros revertem para projetos culturais e sociais.
“BONS SONS” é o festival de música portuguesa que acontece no segundo fim-de-semana de agosto, na aldeia de Cem Soldos, Tomar. A aldeia de Cem Soldosé fechada e o seu perímetro delimita o recinto que acolhe os palcos – cada um dedicado a uma linha programática – perfeitamente integrados nas suas ruas, praças, largos, igreja e outros equipamentos. Além desta característica, o BONS SONS promove uma relação de proximidade com o seu público, envolvendo a população na realização do festival. São os habitantes que acolhem e servem os visitantes, numa partilha especial entre quem recebe e quem visita, proporcionando uma vivência única de um evento cultural. A seleção criteriosa do programa dedicado à música portuguesa, o recinto único que é Cem Soldos e a participação ativa dos moradores são marcas que distinguem o BONS SONS da oferta nacional. A par da formação de públicos, o BONS SONS tem como principal meta o desenvolvimento local, através da fixação dos mais jovens e da potenciação da economia local.
Localizada na freguesia da Madalena, concelho de Tomar, Cem Soldos é a aldeia que realiza o BONS SONS.
Chega-se percorrendo a estrada nacional 349-3 por 5 km a partir de Tomar ou por 12 km a partir de Torres Novas. O mais antigo registo do lugar de Cem Soldos data de 1192, reinado de D. Sancho I. Conta-se, numa versão da história, que tal nome se deve a um destacamento militar de cerca de cem homens em missão no local, aos quais, periodicamente, eram enviados “100 soldos” para o pagamento dos seus serviços. Hoje, com cerca de 600 habitantes, Cem Soldos tem um verdadeiro espírito comunitário. Mantém as suas tradições vivas e atuais, registando grande envolvimento da população nas atividades locais, entre as quais a animada Festa da Juventude, em agosto, a peculiar Festa da Aleluia, na Páscoa, e a poderosa fogueira de Natal.
O BONS SONS está acessível a portadores de dois tipos de bilhetes: o Passe 4 Dias, para toda a duração do evento e com campismo incluído, e o Bilhete Diário, para a programação específica do dia escolhido. É necessário ser
portador de bilhete a partir dos 12 anos (inclusive).
Passe 4 dias
com campismo incluído
MAIO – JULHO: 40€
AGOSTO (RECINTO): 45€
Bilhete Diário
MAIO – JULHO: 20€
AGOSTO (RECINTO): 22€
Bilhetes à venda na Ticketline, CTT, FNAC, Worten, El Corte Inglés, C.C. Dolce Vita, Casino Lisboa, Galerias Campo Pequeno, Agência Abreu, ABEP, MMM Ticket, C.C. Mundicenter, CCB, Shopping Cidade do Porto, U-Ticketline, Festicket
ANTÓNIO FREITAS