O presidente da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal (ACIBEV) manifestou a preocupação dos produtores com a aplicação de uma eventual taxa sobre vinho pelos Estados Unidos, um dos principais mercados de destino português.
“Estamos preocupados, estamos a acompanhar (o assunto) com a nossa federação europeia em Bruxelas, mas também através do Estado português”, afirmou à Lusa o presidente da ACIBEV, George Sandeman.
Esta semana, o Presidente norte-americano, afirmou na rede social ‘Twitter’ que a Organização Mundial do Comércio (OMC) considera os subsídios da União Europeia (UE) à fabricante aeronáutica Airbus “danosa para os Estados Unidos” e ameaçou colocar taxas de 11 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em produtos oriundos da UE.
“É difícil até saber qual a tarifa eventual que vai colocar”, mas o que é certo é que “não vai ter um impacto positivo” para o setor do vinho em Portugal, garantiu George Sandeman.
As exportações de vinho português para os Estados Unidos têm estado “a desenvolver bem”, representando cerca de 80 milhões de euros.
“Os Estados Unidos são o principal destino para Portugal fora do espaço europeu”, acrescentou o presidente da Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal.
George Sandeman espera que, a serem aplicadas taxas, o vinho seja excluído da lista de produtos que poderão sofrer impacto tarifário.
O presidente da ACIBEV considera que a aplicação das taxas resulta de uma “retaliação política” contra a Europa, nomeadamente no que concerne ao vinho.
Isto porque, sublinhou, os Estados Unidos são o principal destino das exportações de vinhos da Europa.
“Fora da União Europeia é o primeiro” mercado dos vinhos, representando cerca de 3,5 mil milhões de euros de exportações no setor agroalimentar.