A zona Centro de Portugal vai concentrar 22% dos postos de trabalho que vão ser destruídos na próxima década devido à automação, num total de 240 mil, o que criará a necessidade de requalificação de 134 mil trabalhadores.
De acordo com um estudo que a CIP – Confederação Empresarial de Portugal apresenta hoje em Leiria, o impacto da automação no mercado de trabalho será proporcionalmente mais forte na zona Centro do país, porque a estrutura económica está mais concentrada nos setores que vão ser mais afetados pela automação.
É na zona Centro que estão localizados 26,5% e 27% da atividade agrícola e da manufatura, respetivamente.
“Na zona Centro, 240 mil postos de trabalhos serão perdidos devido à automação até 2030 (…). No entanto, 130 mil postos de trabalho também serão criados na zona Centro devido à automação e ao crescimento por esta gerado”, refere o estudo que a CIP vai apresentar numa conferência sobre “O Futuro do Trabalho em Portugal – O Impacto na Zona Centro”.
As indústrias mais afetadas na zona Centro, que concentra 20% da força de trabalho do país, serão as dos produtos de plástico, borracha e metálicos e as de alimentos, bebidas e tabaco.
No estudo é defendido que cerca de 134 mil trabalhadores na zona em análise necessitarão de se requalificar para terem emprego em 2030.
Relativamente aos setores com maior impacto, é referido que a força de trabalho na agricultura é mais velha e com menor escolaridade do que a média europeia, “o que cria desafios adicionais para a requalificação”.
A força de trabalho na manufatura tem menor escolaridade, mas é mais jovem em relação à média europeia.
O estudo salienta ainda o elevado retorno do investimento na requalificação dos trabalhadores, tanto para os próprios como para a sociedade.
A análise regional resultou de um protocolo de colaboração entre a CIP e a NOVA School of Business and Economics e é um trabalho realizado na sequência de um estudo nacional divulgado pela CIP em janeiro, sobre o impacto da automação no futuro do trabalho.
Segundo o estudo de âmbito nacional, a adoção da automação em Portugal pode levar à perda de 1,1 milhões de empregos na indústria e comércio até 2030, mas criar outros tantos na saúde, assistência social, ciência, profissões técnicas e construção.
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