Os oito integrantes da equipa que participa nas operações de resgate do pequeno Julen em Totálan, na província espanhola de Málaga, Espanha, já escavaram 1,5 metros dos 3,8 necessários para chegar ao menino. Entre eles está um lusodescendente.
É o que indica o último balanço feito pelas autoridades e citado pelos jornais espanhóis ‘El País’ e ‘El Mundo’.
Durante a madrugada, agentes especializados da Guardia Civil realizatam duas microdetonações no canal que está a ser escavado, para ajudar a ultrapassar a rigidez do terreno.
A criança de dois anos caiu num poço no domingo, 13 de janeiro, quando a família do menor se dirigia à propriedade de um familiar.
Julen correu para o poço, que tem mais de 100 metros de profundidade e pouco mais de 25 centímetros de diâmetro. Os familiares ainda terão ouvido o choro da criança após a queda mas deixaram de o ouvir pouco depois.
Os mineiros descem em pares a cada 40 minutos, com o seu próprio oxigénio.
O plano delineado para alcançar Julen foi a abertura de um canal horizontal pelos membros da brigada de salvamento mineiro das Astúrias.
“Esta é a fase mais crítica”, confirmou ao diário espanhol Rafael Gálvez, chefe das Operações de Salvamento da Andaluzia. Os mineiros têm a tarefa de abrir caminho até Julen. Para tal, têm de escavar manualmente um canal de quase quatro metros até cerca de 72 metros, profundidade onde se pensa que esteja o menino.
O Governo espanhol informou que as previsões apontam para que o trabalho se prolongue por 24 horas, embora possam surgir situações inesperadas.
O lusodescendente Lázaro Alves
Numa mensagem publicada na rede social ‘Twitter’, o Centro de Emergências da Andaluzia deixava esta manhã um pedido: “contenhamos a respiração pelos mineiros que trabalham sem descanso para resgatar o pequeno Julen, em Totálan, e esperemos por notícias”.
Nessa altura já os mineiros tinham começado a descer em direção a Julen.
O jornal espanhol ‘La Nueva España’ divulgou ontem as identidades dos oito integrantes da equipa especial da Brigada de Salvamento de Hunosa.
São eles Sergio Tuñón (engenheiro), Antonio Ortega (engenheiro técnico), Maudilio Suárez (há 10 anos na brigada), Jesús Fernández Prado (um dos veteranos da equipa), Rubén García Ares e José Antonio Huerta (dois dos mais recentes), Adrián Villarroel Fernández e o lusodescendente Lázaro Alves Gutiérrez.
O pai de Lázaro, Eduardo Augusto Alves, era um portugués residente en Gijón, que trabalhava como mineiro e faleceu num acidente numa mina.
Em 1995, um violento incêndio deflagrou na sequência de uma explosão no interior do poço San Nicolás, nas Astúrias, numa madrugada que ficaria conhecida como a ‘Noite Negra’ ou ‘A tragédia de Nicolasa’. Eduardo Augusto deixou órfão o filho, Lázaro Alves Gutiérrez, e, segundo o jornal ‘El Espanhol’, o incidente motivou-o a entrar na Brigada de Salvamento de Hunosa.