A futura presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, não é um nome de consenso. Mesmo assim, a partir de novembro, deverá assumir um dos postos mais importantes da União Europeia, com enormes desafios pela frente.
A escolha de Christine Lagarde, ex-diretora do Fundo Monetário Internacional, para o comando do todo poderoso Banco Central Europeu (BCE) continua gerando polémica, apesar de sua nomeação ter sido aprovada esta semana pelo Parlamento Europeu.
Para alguns especialistas em política monetária, a designação de Lagarde representa uma vitória; outros hesitam diante de sua indicação por causa de sua gestão nas crises grega e argentina. Os mais críticos afirmam que Christine Lagarde é advogada e não economista, nunca ocupou a chefia do Banco da França, o que é considerado um antecedente natural para quem, a partir de novembro, vai controlar a terceira maior área económica do mundo, a zona do euro. Segundo eles, o receio é que no caso de uma profunda crise na zona do euro ela não tenha a competência necessária para estancar o processo.
A única certeza que temos é que Christine Lagarde, a primeira mulher a presidir o Banco Central Europeu, vai assumir o comando em uma época de grande incerteza económica. A escalada de tensão na guerra comercial – mas também tecnológica e cambial – entre EUA e China aumentando o receio de uma desaceleração global. A disputa sino-americana ameaça contagiar a economia mundial, que já está em pleno abrandamento.
Recorde-se que a previsão de crescimento na zona do euro é de apenas 1,2% em 2019, e 1,4% no ano que vem. Bruxelas reduziu em um décimo as projeções de crescimento para as maiores economias do bloco em 2020. Outro aspecto que inquieta o BCE é a inflação.