O bom café depende de um bom barista, dizem os especialistas. É isso que vão demonstrar os participantes no ‘Barista Open’, competição que decorre hoje e sábado em Aveiro.
“O ‘Barista Open’ é uma competição informal de baristas e um evento de networking para a comunidade de café em Portugal”, informa a Fiamma, a mais antiga fábrica de máquinas de café portuguesa.
A empresa acolhe a competição na sua Fábrica do Barista, a única escola certificada de baristas no país, onde forma baristas, profissionais na área horeca e outros especialistas em café.
A fabricante de máquinas de café espresso abre as portas para uma competição em que cada participante terá apenas 15 minutos para preparar e apresentar bebidas à base de café.
Perante um júri internacional, cada concorrente vai elaborar e apresentar quatro cafés espresso, quatro bebidas de café à base de leite e quatro bebidas de assinatura.
“Também é uma oportunidade de treino em ambiente competitivo que prepara os baristas para o Campeonato Nacional de Baristas, seguindo as normas SCA para concursos internacionais”, detalha um comunicado divulgado pela Fiamma.
“O barista está para o café como o enólogo está para o vinho, ou como o chefe de cozinha está para a gastronomia. É uma profissão que já existe há muitos anos, mas que em Portugal está agora a surgir”, referiu à Lusa o diretor-geral da Fiamma.
O barista “é especialista em café e em fazer bebidas à base de café, em qualquer estabelecimento, mas sobretudo nas cafetarias, coffee shop e cafés de especialidade”, completa Pedro Serra.
Como fazer um bom café
A competição é vista pelo responsável da Fiamma como uma das formas mais interessantes de melhorar e divulgar a atividade: “com a competição os baristas acabam por procurar aperfeiçoar as suas técnicas”.
Segundo Pedro Serra, há vários fatores que influenciam um bom café, como a origem e seleção do lote, uma moagem “perfeita”, a máquina de café e a respetiva manutenção, e a água.
“Numa chávena de café, 80 a 90% é água e se não for boa, em termos de sabor e em termos de calcário, pode transmitir mau sabor ao café, como pode estragar o equipamento”, observa.
No entanto, o utilizador da máquina “é fundamental”: “no limite é a pessoa que pode fazer o melhor ou o pior em qualquer das fases”, diz Pedro Serra.
Essa noção levou a fábrica a avançar com uma escola de baristas nas suas instalações, certificada. A Delta tinha uma exclusiva para os seus clientes, a Nestlé criou depois o seu próprio centro de formação, mas “havia necessidade de proporcionar a todos os profissionais do setor, ou apenas curiosos, essa formação”.
“Procuramos que as pessoas possam melhorar as suas capacidades, quer na extração do café, mas também no cuidado e afinação da máquina, do moinho. Como fabricantes de máquinas de café temos todo o interessante em que haja cada vez melhores profissionais porque, no limite, o barista é garantia de que quer a máquina, quer o café, são melhor tratados”, conclui.