Entre gaitas de foles e queimadas, voltou a cumprir-se uma tradição secular em Castro Laboreiro: a ‘Queima do Ano Velho’…
No dia 30 de dezembro, a população da antiquíssima Castro Laboreiro, vila do concelho de Melgaço, voltou a realizar a tradicional ‘Queima do Ano Velho’.
O ’ritual’ iniciou-se por volta das 23h junto ao Posto de Turismo de Castro Laboreiro, com a população a reunir-se “num encontro de culturas e de gerações”, sublinha uma nota da autarquia de Melgaço.
Um pequeno cortejo com os ‘Rampeiros’ (música ao vivo com gaitas de foles) e o Grupo de Teatro de Rua Os Kopinxas percorreu as ruas rumo ao Centro Cívico onde o Ano Velho foi queimado, em jeito de despedida.
A tradicional queimada galega e os sons celtas, muito assentes nas tradicionais gaitas de foles, mantém vivos, assim, tempos idos.
“Na esperança de um ano melhor queima-se a figura do pai velho e deixam-se votos de um excelente 2018”, explicou Sónia Nogueira, responsável pelo evento.
Um dos objetivos é “dar a conhecer os locais que compõem o Parque Nacional Peneda-Gerês, incentivando à cooperação entre diferentes stakeholders num esforço conjunto de promoção do turismo da região”.
A responsável defendeu ainda que “recuperar tradições e rituais de tempos remotos são forma de manter hábitos e costumes “que são, afinal, os pilares da nossa cultura popular”.
A organização da ‘Queima do Ano Velho’ foi da empresa de animação turística JUST NATUR, com o apoio da Câmara de Melgaço e da União de Freguesias de Castro Laboreiro e Lamas de Mouro.
Local emblemático
Castro Laboreiro é uma das localidades mais emblemáticas do Parque Nacional Peneda-Gerês.
É uma região de grande beleza serpenteada pelo rio Laboreiro, atravessado por inúmeras pontes representativas das épocas romana ou medieval.
A vila insere-se numa extensa área dentro do Parque, distando vinte e cinco quilómetros da sede do concelho.
Possui um milenar e riquíssimo legado histórico, arqueológico e arquitetónico.
Reúne gravuras e pinturas rupestres, 120 Dólmenes (datados de há 5000 anos) e Cistas (monumentos megalíticos funerários).
O atual castelo da vila data da segunda metade do séc. XII e terá sido mandado construir pelo rei D. Dinis.
As pontes e igrejas medievais, os fornos comunitários, os moinhos, a atividade agro-pastoril, as nverneiras e lugares fixos, testemunham a prática da transumância.
A transumância é o deslocamento sazonal de rebanhos para locais que oferecem melhores condições durante uma parte do ano.
Uma visita a Castro Laboreiro deve incluir o Castelo, a Igreja Matriz, o Pelourinho , igrejas medievais, fornos comunitários e os espigueiros e os moinhos.