A China tornou-se hoje o primeiro país a aterrar uma sonda no lado mais afastado da Lua, informou a televisão estatal.
A sonda Chang’e 4 – o nome da deusa chinesa da Lua – pousou no lado ‘oculto’ do satélite natural da Terra às 10h26, hora de Pequim (3h26 em Lisboa).
A Chang’e 4 foi lançado a 8 de dezembro do Centro Espacial de Xichang, sul da China e entrou na órbita da Lua dias depois, tendo ficado à espera do melhor momento para aterrar na Bacia do Pólo Sul-Aitken, a maior, mais antiga e mais profunda cratera lunar provocada por impacto, de acordo com a televisão estatal, CCTV.
A alunagem foi “suave” e “precisa”, descreveu com um dos responsáveis pela criação da sonda, Sun Zezhou. A Chang’e 4 transmitiu as primeiras imagens conhecidas do lado ‘oculto’ da Lua assim que tocou a superfície.
Com pouco mais de um metro de altura e comprimento, a Chang’e 4 tem como missão estudar a possibilidade de vida vegetal e captar sinais rádio de baixa frequência na Lua. Será ainda possível recolher amostras de rocha e poeira lunares.
Esta é a primeira vez que uma sonda pousa no lado inexplorado, já que as missões anteriores deslocaram-se ao lado da Lua voltado para a Terra. Devido a um fenómeno de rotação, só é possível ver uma ‘face’ da Lua a partir da Terra, daí a referência ao lado oculto.
Descrita pelos media estatais chineses como “um marco importante na exploração espacial”, trata-se da primeira alunagem do género.
Em 2020, a China planeia ainda enviar a sonda Chang’e 5, com o objetivo final de regressar à Terra com amostras de matéria recolhida na Lua. A verificar-se será a primeira missão deste género desde 1976.
Até agora, o país realizou também cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, enviando para o espaço dez astronautas (oito homens e duas mulheres).