Os portugueses estão a comprar mais pela internet mas a média ainda está abaixo da média dos países da União Europeia. Os estudos indicam que o que atrai são os preços mais baixos, a facilidade de compra sobretudo a nível de horários e as promoções específicas. Na UE, a maior percentagem de compradores online é a do Reino Unido (86%) e da Suécia (84%), seguidos da Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo e Holanda.
Comprar online começa a fazer parte do dia a dia de todos. A verdade é que são cada vez mais as pessoas que preferem comprar na internet e receber os produtos que adquiriu em casa ou num ponto de entrega à sua escolha. O facto de conseguir comprar a qualquer hora, porque na internet o consumidor tem a loja que pretende aceder aberta 24 horas, parece ser o ponto de partida para que o e-commerce esteja a crescer. Hoje, perto de quatro em cada dez pessoas compram produtos ou serviços através de um computador ou telemóvel. Um número que claramente tem vindo a crescer e cuja tendência é de aumento.
Em 2017, o e-commerce cresceu 12,5%, alcançando um valor total de 4.145 milhões de euros.
Se em 2010 a percentagem de pessoas que compravam na internet era e 15 por cento hoje tudo é diferente. Na altura, a desconfiança era enorme e lojas como a amazon ainda eram apenas algo que poucos experimentavam. Hoje aceder a esta loja, ou outras parecidas, é quase banal para quem navega na internet.
Até as tradicionaos compras para casa já começam a ter novos clientes com os supermercados a facilitaram as encomendas online e a apostarem na entrega.
Segundo o e-Commerce Report CTT 2018, os preços baixos, a facilidade de compra, as promoções e a conveniência proporcionada por ser possível comprar a qualquer hora são o porquê deste crescimento.
As compras são feitas na sua maioria através do smartphone.
As maiores queixas, para quem compra, e segundo o mesmo relatório, passam pela desconfiança nos pagamentos online e sobretudo na maneira como o comprador pode fazer a devolução do produto. AS taxas e a facilidade de devolução podem fazer toda a diferença na ora de escolher a loja online onde comprar.
Os compradores fazem em média 15,2 compras por ano, o que se traduz em mais 4 compras do que em 2016. O gasto médio é de 51,49 euros por cada encomenda e a larga maioria, aqui falamos em 80 por cento, são produtos. De acordo o estudo divulgado, a média de produtos adquiridos por compra é de 2,1.
Reino Unido e Suécia são os maiores adeptos do comércio online
Mesmo assim o país continua longe da média europeia. O ritmo de crescimento é mais lento do que a generalidade dos países da Europa. Na União Europa, a maior percentagem de adeptos de compras online é a do Reino Unido (86%) e da Suécia (84%), seguidos da Dinamarca, Alemanha, Luxemburgo e Holanda. Por exemplo, nos bens para a casa. Os portugueses não optam por comprar online quando falamos de eletrodomésticos, plantas, artigos de decoração ou mobília. Apenas 28% optam pela internet bem longe da média da UE (46%). Já o Reino Unido é o país campeão nesta categoria.
Exceção feita nas viagens e alojamento onde os portugueses superam a média da União Europeia. 54% dos portugueses compra viagens e estadia online. Já na Croácia, apenas 15% tem esse hábito e, na ponta oposta, 78% na Suíça.
Também é provável que no cesto de compras dos portugueses estejam artigos de desporto ou roupa.
Sapatos, acessórios e roupa, entre outros artigos dentro da mesma categoria, são a escolha para 60 por cento dos portugueses.
A Roménia é o país onde mais pessoas compram roupa e equipamentos desportivos através da internet (75%). Já a Itália está na ponta oposta, com uma proporção de 39%.
Aparelhos eletrónicos, como telemóveis, computadores, colunas, câmaras fotográficas ou outro tipo de equipamentos (24%) não são a opção, ao contrário dos holandeses, onde 35% prefere comprar online este tipo de artigos.
o uso do comércio electrónico em Portugal é inferior à média europeia, que em 2017 (o ano mais recente para o qual há dados) estava nos 57%. Portugal surgia em 22.º lugar na lista, próximo de países como a Grécia, Itália e Chipre, e muito distante das posições cimeiras, ocupadas pelos países do norte europeu, que historicamente estão na linha da frente no uso de tecnologias de informação.
Os meios de pagamento preferidos entre os portugueses continuam a ser a transferência bancária, o Multibanco e o cartão de crédito. Mas a adopção de ferramentas como o PayPal e o MB Way (da SIBS, a proprietária do Multibanco) tem vindo a crescer. Um estudo do Cetelem, um banco de crédito pessoal, apontou que perto de um terço dos utilizadores usam este tipo de serviços, uma subida face a 2017.
Parceria entre CTT e AliExpress resultou em 300 mil encomendas online
Para o Dia dos Solteiros, equivalente à Black Friday na China, os CTT fizeram uma parceria com o AliExpress que foi um sucesso. Durante o período de promoções do Dia dos Solteiros (Single’s Day), nos dias 11 e 12 de novembro, foram expedidas cerca de 300 mil encomendas e/ou pacotes postais para Portugal.
O “Single’s Day” é semelhante ao Black Friday e é quando as lojas chinesas promovem os grandes descontos nas suas plataformas online.
A parceria entre os CTT – Correios de Portugal e o AliExpress, do grupo Alibaba, para o Festival de Compras do AliExpress ajudou a quase duplicar o número de encomendas a partir de Portugal.
Durante o período de promoções do Single’s Day (de 11 a 12 de novembro) foram expedidas cerca de 300 mil encomendas e/ou pacotes postais para Portugal, para as quais a parceria entre os CTT e o AliExpress “contribuíram de forma decisiva”, sublinharam os CTT em comunicado.
A Alibaba voltou mesmo a bater recordes: facturou mil milhões de dólares em apenas 1 minuto e 26 segundos. Ou seja, em apenas uma hora, registaram-se mais de 10 milhões de vendas, quase seis minutos mais rápido que no ano anterior. Ao todo, foram registadas mais de mil milhões de encomendas com as marcas mais procuradas a serem a Apple, a Gap e a Nike.
A empresa ultrapassou os 30,8 mil milhões de dólares em vendas no período de 24 horas nas suas plataformas, batendo os 25,3 mil milhões de dólares registados em 2017, num crescimento de negócio deste período em 27%.
O AliExpress, lançado em 2010, é uma empresa do Grupo AliBaba e assume-se como o maior marketplace do mundo, contando com 100 milhões de utilizadores.
O ano passado mais de 231 países e regiões participaram no Festival de compras, com mais de 17 milhões de compradores por todo o mundo.
Ctt apostam cada vez mais no e-commerce
O Mundo Português falou com Alberto Pimenta, diretor de e-Commerce, que referiu claramente que a ambição passa por crescer: “as perspetivas e planos de crescimento dos CTT na expedição de encomendas e distribuição na última milha são claramente os de continuar a evidenciar taxas de crescimento anuais na casa dos dois dígitos”, disse. (ver caixa)
Realçando o sucesso na última parceria com o grupo AliBaba, Alberto Pimenta referiu ainda “a ideia é a de continuar a apostar forte neste tipo de parcerias, não apenas numa perspetiva de capturarmos o máximo de encomendas para distribuirmos no last mile, mas também o de garantirmos a entrega atempada e dentro das expetativas dos compradores online, conferindo-lhes a melhor experiência de compra e de entrega”, enumerando ainda os vários serviços que existem e que vão ser lançados pelo grupo CTT que comprovam a aposta clara nesta área.
Alberto Pimenta, Diretor de E-Commerce dos CTT, em declarações ao Mundo Português O E-Commerce tem vindo a cimentar o seu espaço no grupo CTT. Quais os planos em termos de crescimento? A parceria recente com o Grupo AliBaba foi um sucesso. A aposta passa por replicar noutras alturas e também com outros parceiros? Que novos serviços/produtos estão a planear para a área do e-commerce? |