A reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha foi hoje assinalada pelos chefes de Estado e de Governo dos dois países, em cerimónias em Badajoz e Elvas, com hinos nacionais e palmas, mas sem discursos oficiais.
As cerimónias tiveram início pelas 09h45 de Portugal (10h45 em Espanha), no Museu Arqueológico situado na Alcáçova de Badajoz, e terminaram cerca de uma hora e meia depois, no Castelo de Elvas, no distrito de Portalegre.
Em cada um dos lados da fronteira, foram executados os hinos português e espanhol, perante o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, o rei de Espanha, Felipe VI, do primeiro-ministro português, António Costa, e o chefe do Governo espanhol, Pedro Sánchez.
Devido à pandemia de Covid-19, por decisão conjunta, a fronteira luso-espanhola esteve encerrada durante três meses e meio, entre os dias 17 de março e 30 de junho.
Houve apenas pontos de passagem exclusivamente destinados ao transporte de mercadorias e a trabalhadores transfronteiriços.
Na Alcáçova de Badajoz, os chefes de Estado e de Governo ouviram os dois hinos nacionais, executados pela Orquestra da Estremadura, dispostos num estrado, com bandeiras de Portugal e de Espanha por trás, e no final bateram palmas. O mesmo sucedeu mais tarde, no Castelo de Elvas.

Para António Costa, a reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha é um reencontro entre vizinhos “irmãos e amigos” que terão mais peso se estiverem lado a lado na União Europeia.
O reencontro de irmãos
Hoje de manhã, antes das cerimónias, o primeiro-ministro, António Costa, considerava que a reabertura da fronteira entre Portugal e Espanha é um reencontro entre vizinhos “irmãos e amigos” que terão mais peso se estiverem lado a lado na União Europeia.
O primeiro-ministro transmitiu estas mensagens na sua conta pessoal na rede social Twitter, antes de participar em cerimónias oficiais em Badajoz e em Elvas.
“Hoje assinalamos ao mais alto nível a normalização do trânsito terrestre da fronteira entre Portugal e Espanha. É um reencontro entre vizinhos que são irmãos e amigos”, escreveu.
“Desta fronteira aberta depende a nossa prosperidade partilhada e um destino comum no projeto europeu”, acrescentou.
Na perspetiva de António Costa, “é essencial para ambos os países que os contactos voltem gradualmente a adquirir a dimensão e a dinâmica anteriores à eclosão da pandemia” de Covid-19.
“Penso em especial nas populações raianas que, quotidianamente, atravessam a fronteira”, acrescentou.
De acordo com o primeiro-ministro, na União Europeia, “Espanha e Portugal devem ser atores de primeira linha na construção de uma Europa cujo modelo económico e social reforce a convergência e que, mais do que esperanças, dê certezas a todos”.
“Teremos mais peso se travarmos esse combate lado a lado, Portugal e Espanha”, defendeu.