A China e a Rússia poderão em breve equiparar-se ao poderio militar dos EUA e seus aliados – e o declínio da supremacia ocidental poderá levar a uma guerra total.
O Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) sediado nos Estados Unidos, acaba de publicar o seu relatório anual, tecendo algumas conclusões bastante perturbadoras. Afirma nomeadamente que embora a guerra entre as grandes potências não seja inevitável, Washington, Moscovo e Pequim dã sinais de se estarem a preparar para essa possibilidade.
Neste documento o IISS descreve detalhadamente como a China intensificou o seu programa militar nos últimos anos, com enormes depesas em novas tecnologias, com o objetivo de lhe poderem dar vantagem em terra, mar e ar.
Neste sentido, a abertura da primeira base militar ultramarina da China, em Djibuti permitirá que venha a realizar missões a grandes distâncias e tem sido analisada como uma importante declaração de intenções.
Por outro lado e pese embora o ritmo da militarização seja mais lento na Rússia, em parte devido à dificuldade de financiamento e capacidade industrial, o país está “beneficiando da experiência de combate real na Síria e na Ucrânia demonstrando amplas capacidades no campo da guerra híbrida, incluindo ataques cibernéticos”. Salientou alguma imprensa internacional.
Por outro lado, para tentar combater esta crescente ameaça representada pela Rússia e China, o Pentágono nos EUA estão solicitando ao governo um reforço das verbas para gastos militares em 2019, esperando-se que o Congresso aprove um orçamento de 686 biliões de dólares, que a acontecer será o maior da história dos Estados Unidos.
A proposta orçamental também incluiu cortes na diplomacia internacional e na ajuda internacional.
Anunciando os planos no início da semana, Donald Trump afirmou que os gastos adicionais tornariam o exército dos EUA mais forte que já foi, com “arsenais crescentes de praticamente todas as armas”.
União Europeia adormecida
Enquanto se vai registando esta corrida aos armamentos a nível mundial, procurando novos equilibrios, a União Europeia permanece num mutismo estranho, nem definindo sequer se vai ou não ter um exército comum, para se poder constituir também como uma força de equilíbrio neste complicado xadrez mundial que se vive neste momento.
Para já o clima de “guerra fria” está definitivamente instalado com o recente caso da expulsão dos diplomatas, que ainda não chegou ao fim e com a estranha e inexplicável visita do líder norte-coreano a Pequim.