A Câmara de Campo Maior, no distrito de Portalegre, vai promover, no sábado, um fórum sobre turismo e património para perspetivar o desenvolvimento do concelho raiano até 2030, divulgou hoje o município.
O “Fórum Pensar Campo Maior 2030” vai decorrer no centro cultural da vila, a partir das 09:00, contando com a presença de diversos oradores.
“Queremos perceber de que forma Campo Maior pode apostar no futuro nas áreas do turismo e património, que são extremamente importantes para o nosso território”, explicou hoje à agência Lusa o presidente do município, Ricardo Pinheiro.
O autarca considerou que “é fundamental encontrar os caminhos, métodos e objetivos” que possam nortear, na próxima década, a gestão pública de Campo Maior com vista ao seu desenvolvimento.
“O setor do turismo é extremamente exigente e queremos saber como podemos captar turistas e conseguir saber como podemos otimizar a região para que o turista permaneça no território por quatro ou cinco dias”, afirmou.
Além dos debates, o fórum vai ainda ficar marcado pela apresentação do projeto do “Centro Interpretativo das Festas do Povo – Casa da Flores”.
As Festas do Povo de Campo Maior estão inscritas no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, estando em curso uma candidatura à classificação de Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).
Tradição secular e realizadas pela última vez em 2015, as festas são conhecidas por apresentarem dezenas de ruas “engalanadas” com flores de papel.
A iniciativa, promovida pela Associação das Festas do Povo de Campo Maior, envolve a ornamentação das ruas, sobretudo do centro histórico, com milhares de flores em papel feitas pela população.
As festas só se realizam quando a população da vila alentejana quer e são reconhecidas internacionalmente pela sua “originalidade e cariz popular”, com os habitantes a prepararem, durante meses, a ornamentação das ruas.
A preparação das Festas do Povo de Campo Maior é feita rua a rua, sendo que o trabalho desenvolvido em cada uma delas fica em segredo, mesmo para amigos e familiares dos moradores, e só é dado a conhecer na noite da enramação (quando são decoradas as ruas).
Em 2015, perto de 7.500 voluntários prepararam a última edição das Festas do Povo, na qual participaram 99 ruas, numa extensão de cerca de 10 quilómetros.