A Câmara de Arraiolos, no distrito de Évora, manifestou preocupação com os efeitos da plantação de um olival superintensivo no concelho e exigiu a intervenção das autoridades para serem acautelados os impactos no ambiente. Numa tomada de posição publicada na sua página de Internet, o município esclareceu que “não é contra a inovação tecnológica nas práticas agrícolas”, nem “contra a implementação de tecido industrial na região”.
Contudo, ressalvou, “é totalmente contra as práticas abusivas e que põem em causa, a todo o custo, a sustentabilidade dos recursos endógenos e principalmente as condições laborais e de saúde pública das populações”. Segundo a Câmara de Arraiolos, este novo projeto agrícola vai ocupar uma área de “cerca de 190 hectares” e a rega vai ser feita a partir da albufeira do Divor, o que vai levar “ao consumo excessivo de água desta reserva”. “Devido aos níveis reduzidos de água nesta albufeira, a empresa responsável pela plantação do olival irá, muito provavelmente, recorrer a captação de água através da utilização de furos, os quais carecem do respetivo licenciamento por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA)”, assinalou.
Aludindo à utilização de “produtos fitofarmacêuticos em áreas tão extensas e nas proximidades
A autarquia quer que sejam “acautelados os impactos na conservação do solo, qualidade da água superficial e subterrânea, saúde pública, na perda de biodiversidade e de algum modo também na perda da identidade regional”. Nesse sentido, decidiu pedir a intervenção da APA, Administração da Região Hidrográfica e Direção Regional da Agricultura para que “seja garantido o cumprimento das interdições e condicionamentos ao uso do solo nas zonas de proteção de captações superficiais e subterrâneas, destinadas ao abastecimento público”.
Câmara de Arraiolos preocupada com cultura superintensiva de oliveiras
