O Parque Natural do Alvão (PNA) está a reforçar a vigilância, monitorização e sensibilização devido ao aumento de visitantes nesta fase de desconfinamento à área protegida, que se estende entre Vila Real e Mondim de Basto.
A diretora regional do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) do Norte, Sandra Sarmento, disse hoje, à margem da celebração do 37.º aniversário do PNA, que se tem vindo a verificar que, nesta e em outras áreas protegidas, a visitação tem vindo a aumentar nesta fase de desconfinamento gradual.
“Temos estado a trabalhar juntamente com os nossos vigilantes no sentido de reforçar a vigilância, monitorização e sensibilização de quem visita as áreas protegidas”, afirmou a responsável.
Com o desconfinamento, muitos têm optado por visitar as áreas naturais, espaços ao ar livre e onde o risco de contágio da covid-19 é considerado menor.
Sandra Sarmento especificou que, essencialmente durante os fins de semana, está a ser aumentado o número de equipas de vigilância em permanência e está também a ser entregue um panfleto informativo de normas e orientações de como os visitantes se devem comportar dentro de uma área protegida. Ao mesmo tempo está a ser reforçado o acompanhamento da visitação.
O objetivo é “compatibilizar a visitação com a conservação da natureza”, ou seja, “sensibilizar quem visita que está num território sensível e que exige cuidados”.
De concreto, segundo a responsável, tem-se verificado que “há um grande número de visitantes, o que complica muitas vezes a circulação dentro da área protegida”, e que “os visitantes nem sempre têm os cuidados inerentes e largam o lixo ou ocupam áreas que não devem ser ocupadas”.
“Com a ajuda dos nossos vigilantes da natureza, temos vindo a trabalhar na sensibilização de quem nos visita, principalmente durante o fim de semana”, sublinhou.
Durante o verão, o Alvão é muito procurado por residentes, emigrantes ou turistas que vão a banhos nos seus rios, lagoas ou cascatas.
Entre os locais mais procurados estão as pequenas lagoas escavadas na rocha pelo rio Olo, as piocas de cima, que antecedem as Fisgas de Ermelo, uma das maiores quedas de água da Península Ibérica.
Questionada sobre medidas específicas para estas áreas balneares, Sandra Sarmento elencou também “a aposta na sensibilização, mas sempre numa lógica de conservação da natureza e de proteger as áreas mais sensíveis”.
O vereador do pelouro da Cultura, Desporto e Juventude da Câmara de Mondim de Basto, Nuno Laje, apontou que não está em cima da mesa qualquer restrição a estas áreas, mas que estão a ser efetuadas limpezas nas zonas balneares para que os banhistas possam ter um maior distanciamento social.
Ao mesmo tempo, acrescentou, os voluntários da floresta, no âmbito do programa lançado pelo Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), vão fazer alguma sensibilização aos visitantes.
Para além destes voluntários, o município de Mondim de Basto criou uma brigada verde, projeto vencedor do orçamento participativo, que também irá percorrer as zonas balneares em ações de sensibilização e recolha do lixo.
A vereadora do Ambiente da Câmara de Vila Real, Mafalda Vaz de Carvalho, elencou as “várias denúncias” sobre as “irresponsabilidade” e sublinhou que as juntas da área “têm trabalhado arduamente para recolher todo o lixo que espalham no parque natural”.
“O parque serve para todos, serve todos mas é importantes que todos quantos cá venham respeitem o parque, as suas espécies e suas estruturas”, afirmou.
O presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP), Luís Pedro Martins, considerou que as áreas naturais podem “tornar-se num caso sério de popularidade”, mas sublinhou a necessidade de respeitar o território e conciliar o turismo com a conservação da natureza.
Devido à covid-19, os turistas revelam medo de viajar e de ir a espaços turísticos pelo que se tem notado, segundo o responsável, uma maior procura por “espaços abertos”.