A Exposição Mundial de Lisboa de 1998 (Expo’98) dotou a zona oriental de Lisboa de arte pública e vários equipamentos culturais que, 20 anos depois, se mantêm no mesmo local, entretanto batizado de Parque das Nações.
Na rotunda do Rossio do Levante continuam os espelhos de vários tamanhos de José Pedro Croft, entre a Altice Arena e o Pavilhão de Portugal mantém-se o ‘Homem Sol’, de Jorge Vieira, uma escultura em ferro com cerca de 20 metros de altura.
Entre o Pavilhão de Portugal e o Oceanário continua ‘Horas de Chumbo’, de Rui Chafes. Estas são apenas três das várias obras que surgiram no recinto da Expo’98 (que decorreu entre 22 de maio e 30 de setembro de 1998), uma área à beira rio agora chamada Parque das Nações, e que, até 2015, estiveram sem manutenção. Nesse ano foi anunciada a recuperação de 50 obras, no âmbito de um protocolo entre a Câmara Municipal de Lisboa e a Junta de Freguesia do Parque das Nações, que previa a criação de um roteiro, agora disponibilizado em papel nos postos de turismo. O restauro implicou a remoção temporária de algumas das obras, e ainda não foi feito em todas.
A lista de obras, que se mantêm no local 20 anos depois, inclui as figuras femininas em mármore de João Cutileiro, no lago do Passeio das Tágides, nas traseiras da Altice Arena, e ‘Cursiva’, escultura verde da autoria de Amy Yoes, onde é possível entrar-se e esconder-se e que, verificou a agência Lusa no local, deve ser muitas vezes usada como urinol. Ao longo da Alameda dos Oceanos ainda existem os vulcões de água, com cerca de quatro metros de altura, mas hoje muitos já não ‘explodem’ como acontecia em 1998. Se a maior parte das obras de arte pública são evidentes, outras poderão escapar a olhares menos atentos, como a calçada portuguesa ou os bancos e floreiras.
Na calçada, na ala central da Alameda dos Oceanos, estão os ‘Caminhos de Água’, de Rigo, com figuras marinhas em diálogo, já perto do Oceanário o chão esconde os ‘Monstros Marinhos’, de Pedro Proença, e, no caminho do Pavilhão de Portugal, ao Oceanário está ‘A Calçada do Mar Português’, de Xana.
Os bancos e floreiras às riscas, azuis e brancas, vermelhas e amarelas ou vermelhas e azuis, colocados em vários pontos do Parque das Nações, a maioria em zonas de sombra, são obra do arquiteto Carrilho da Graça.
Gil, a mascote da Expo’98, também continua presente naquela zona. Dois ‘Gil’, com cinco metros de altura, dão as boas vindas a quem chega ao antigo recinto da exposição mundial pelo lado Norte e pelo lado Sul.
Mas a herança da Expo’98 não se faz apenas de Arte Pública. Entre os equipamentos culturais, que são simultaneamente obras de arquitetos de renome, mantêm-se o Pavilhão da Utopia, agora batizado de Altice Arena, da autoria de Regino Cruz, o Pavilhão de Portugal, de Álvaro Siza Vieira, o Pavilhão do Conhecimento, de João Luís Carrilho da Graça, o Teatro Camões, do Atelier do Risco, e o Oceanário, de Peter Chermayeff.