Para além de principal produtor e exportador da afamada Pera Rocha do Oeste, o Cadaval é detentor de vinhos e aguardentes de reconhecida qualidade, regularmente premiados, nacional e internacionalmente.
A partir de extensos vinhedos que cobrem as encostas de Montejunto e que se estendem pelo vale, são laboradas cerca de 7.200 toneladas de uva, as quais dão origem a excelentes vinhos regionais.
O vinho produzido no concelho chega, tal como a pera, a diversos países do mundo, tendo acumulado diversos prémios nacionais e internacionais ao longo dos anos. Para além dos tintos, os vinhos leves são, hoje, outro dos cartões-de-visita do concelho.
A maior produção e comercialização de vinho está a cargo das duas adegas cooperativas concelhias, a vinificarem desde os anos 60. Contudo, os produtores particulares começaram a ter, também, lugar de destaque neste domínio.
Produtores locais entre os maiores da região
Em termos produtivos, o Cadaval demarca-se, com três dos produtores concelhios a constarem entre os seis maiores produtores da região, segundo dados recentes da Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa. O concelho representa cerca de 15 por cento do total de certificação dos Vinhos de Lisboa, certificando, assim, mais de 4,75 milhões de garrafas de vinho, num total de cerca de 32 milhões de garrafas.
Quanto ao Vinho Leve, o Cadaval ocupa cerca de 82 por cento das certificações do Vinho Leve da Região de Lisboa, o que equivale a 2,3 milhões de garrafas.
No plano do enoturismo, o Cadaval possui diversos pontos de interesse, sendo a maior parte desse espólio de natureza particular.
Os agentes ECONÓMICOS do concelho
Situada junto à aldeia do Vilar, a Quinta do Gradil é uma das mais antigas, senão a mais antiga herdade do concelho, sendo um dos principais produtores particulares. Com referências históricas do final do séc. XV, a Quinta do Gradil conta com um palácio setecentista e representa um importante marco histórico da região.
Outrora pertença do Marquês de Pombal, é hoje uma das maiores propriedades produtoras de vinho da região de Lisboa. Com uma deslumbrante paisagem entre 120 hectares de vinha e a bucólica serra de Montejunto, a sua área agrícola global atinge os 200 hectares ocupados com produções vinícolas e frutícolas.
A Adega Cooperativa do Cadaval, inaugurada em 1969, é uma cooperativa de produtores com 50 anos de história na produção de vinhos.
Inserida numa área de vinha de 800 hectares, dispõe de uma capacidade de vinificação anual de cerca de 7 milhões de litros de vinho.
Os associados da adega no ativo ultrapassam o meio milhar e distribuem-se por uma área de influência que vai desde zonas mais próximas do Litoral até às encostas da serra do Montejunto.
A Adega Cooperativa da Vermelha inicia-se em 1962, por um grupo de vitivinicultores da região. Ocupa uma área de cerca de 35 mil metros quadrados e a sua capacidade atinge os 20 milhões de litros de vinho. Já a capacidade instalada de engarrafamento é superior a 10 mil litros/hora, numa área produtiva total de aproximadamente 1400 hectares, de “terroirs” diversos.
Com cerca de 800 associados ativos, a adega produziu, em media, nos últimos cinco anos, cerca de 10 milhões de litros de vinho, repartidos entre branco, tinto e rosé.
A Casa Agrícola Nicolau é uma empresa familiar, que se dedica à produção de vinho e pera rocha, estando situada em Adão Lobo (Cadaval).
Neste momento, conta com 30 hectares de vinha e 15 hectares de pomares de pera rocha. Uma das grandes referências desta casa é o Vinho Branco Leve “Solar da Marquesa”, que recentemente tem ganho medalhas de ouro do concurso dos vinhos da região de Lisboa. Têm também uma loja de vinhos e produtos regionais.
A Sociedade Agrícola Terra da Eira é uma exploração agrícola situada na aldeia do Peral, mais precisamente na Estrada da Sobrena. Dela faz parte uma adega recuperada, onde se encontra uma coleção de diversos equipamentos agrícolas, uma adega nova e muitos hectares de pomares e vinhas. Das uvas das respetivas vinhas, a empresa produz vinhos de excelência, a saber: Vinho Reserva Adônis, Vinho tinto Attis e Vinho branco Attis.
A Quinta de Porto Nogueira data da primeira metade do século XVIII. Em 1980, foi doada por Júlio Melo Fogaça (um reconhecido intelectual que dedicou a sua vida à militância comunista) a favor da Academia de Ciências de Lisboa. Compreende extensas áreas de cultivo de vinha, em cerca de 14 hectares, além de pomares de pera rocha e produção de eucalipto certificada. A produção de vinhos é, desde 2004, conduzida pela Casa Romana Vini (nome com origem na centenária Ponte Romana em Alguber, contígua à Quinta do Porto Nogueira). A Casa Romana Vini é um projeto de família no âmbito do Vinho, cujo foco é a produção de vinhos distintos e diferenciados. Associado à Casa Romana Vini, existe a vertente de enoturismo – Quinta do Porto Nogueira Wine & Country House, com 14 alojamentos dirigidos a turismo vínico e de natureza.
O Cadaval, concelho mais a norte do distrito de Lisboa, é possuidor de uma ruralidade bem conservada que, a par do seu contínuo processo de requalificação e desenvolvimento, fazem deste um agradável lugar para residir e visitar.