O vinho ‘Castelo Rodrigo Pinking 2016’, da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, nasceu do que se pensou inicialmente ser um ‘defeito’ de produção…
O dia do feriado municipal de Figueira de Castelo Rodrigo ficou marcado pela inauguração da sala de provas da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo e pelo lançamento do Pinking 2016, um vinho inovador, exclusivo da adega, único no mundo. Este vinho resulta daquilo “que se pensou inicialmente ser um ‘defeito’ de produção” e que, afinal, “deu origem a uma ‘nova categoria de vinho única no mundo’”, apresentou a enóloga Jenny Silva que identificou o fenómeno Pinking, enquanto estudante de mestrado de Enologia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em conjunto com Fernando Nunes e Fernanda Cosme, docentes e investigadores da UTAD.
O Pinking é conhecido como o processo de aparecimento de uma cor rosa-salmão em vinhos produzidos exclusivamente de uvas de castas brancas. É um processo natural que está relacionado com as condições climatéricas e que dá agora nome a esta nova categoria de vinhos, apresentada com o vinho Castelo Rodrigo Pinking 2016, um DOC exclusivamente vinificado a partir da Síria, a casta branca de eleição na Região Demarcada da Beira Interior. “No fundo transformámos um defeito numa nova categoria de vinhos, que irá para o mercado a par dos brancos, tintos e rosés”, acrescentou a enóloga da Adega Cooperativa.
“As vantagens da criação deste novo vinho são muitas, sobretudo para a Adega”, afirmou o seu presidente, António Madeira na cerimónia em que também estiveram presentes o presidente da Câmara de Figueira de castelo Rodrigo, Paulo Langrouva, e o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.
Na sala de Provas e Vendas da adega, António Madeira agradeceu o apoio na concretização de uma remodelação “que só teve sucesso porque houve de facto forças e vontades”. “Acho que este espaço dignifica a nossa Adega Cooperativa que é aquilo que nos move. Não me ficaria bem apresentar este espaço sem agradecer publicamente a toda a equipa do nosso poder local que nos ajudou significativamente. Temos tido a honra de poder contar sempre com aquilo que é o poder político local que constituiu connosco este objetivo e deixou que o terminássemos, o que foi a parte mais importante. É uma honra e devemos um agradecimento muito, muito grande à pessoa do Sr. Presidente, Paulo Langrouva”, agradeceu.
Vinho com patente internacional
Depois de um brinde com o Pinking 2016, o presidente do município referiu que a inauguração do novo espaço da adega cooperativa, mas também o lançamento de um vinho “que tem uma patente internacional, afirmando o orgulho do município em ter um vinho “que vai ser exclusivo”.
Sobre a nova sala de provas que irá funcional como pólo de atração para os turistas e para a dinamização da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo, Paulo Langrouva destacou o aspeto económico, considerando que será uma revolução para a adega por poder ser “um polo dinamizador de toda a dinâmica que já está instalada de produção e da comercialização de vinhos”, além de criar também “uma dinâmica diferente” para os produtores. “Os nossos produtores vão conseguir escoar todo o produto e vai ser também importante para a projeção do concelho e da nossa região, principalmente o nosso município. Estes três elementos agregados são fundamentais para que crie a tal dinâmica de desenvolvimento económico”, sublinhou.
Paulo Langrouva referiu ainda a importância do setor agrícola e da cooperativa para a região lembrando que reúne tem “mais de 800 agricultores associados, isto é muito importante para a nossa região, é uma região predominantemente agrícola e nós temos que continuar a apoiar os nossos agricultores”. “Estamos a fazer essa dinâmica não apenas com os vinhos, mas também com o azeite, onde estabelecemos um protocolo idêntico e nos mesmos moldes”, avançou Paulo Langrouva.
Já o ministro da Economia sublinhou a importância da valorização das adegas cooperativas, referindo que “são de todos os que nelas participam”. “Quando a cooperativa está a fazer um espaço como este, está a fazê-lo para todos os que nela participam. O caminho que temos que seguir com os produtos portugueses é o caminho da valorização, é criar mais valor valorizando os produtos. Obviamente que também é aumentar a produção, mas é cada vez mais valorizar aquilo que é nosso, valorizar os nossos produtos e para nos valorizarmos aos olhos dos outros é preciso espaços como este, para que quem venha aqui provar o vinho, a pensar em comprar, tenha uma experiência única, uma experiencia agradável, uma experiência em que veja não só o valor do vinho intrínseco, mas também o valor deste espaço, destas gentes, o trabalho que está a ser feito pela Adega Cooperativa”, elogiou.
Manuel Caldeira Cabral, A imagem hoje em dia cria muito valor e quando se tem um bom produto e se comercializa bem pode-se criar esse valor e esse valor não vem para a Adega Cooperativa mas para todos os que trabalham na Adega Cooperativa. Queria por isso dar os parabéns para este trabalho, não só pelo trabalho feito nesta loja, que fala por si. É um espaço fantástico, realmente diferenciador e que cria aqui uma experiência muito diferente, mas também o trabalho feito pela enóloga, pela cooperação com a Universidade de Trás-os-Montes e é de facto assim que se cria valor”.
Para alguns a tarde terminaria nas novas instalações da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo para as provas do novo Pinking 2016.
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