Portugal sempre foi e continua a ser um país de emigrantes. Não é de estranhar portanto que muitos dos filhos de portugueses que um dia deixaram o seu país, sejam hoje jogadores de futebol. E são muitos os que chegam à seleção principal. Raphael Guerreiro, Adrien, Anthony Lopes e Cédric, que vão vestir a camisola de Portugal no Euro2016, são alguns dos nomes de um vasto grupo de atletas que não duvidaram quando tiveram que escolher entre a seleção do país onde nasceram e a de Portugal.
Portugal sempre foi um país de emigrantes não sendo, por isso, de estranhar que muitos jogadores no estrangeiro sejam luso-descendentes. São filhos de portugueses que deixaram o seu país e que organizaram a sua vida no estrangeiro.
A lista é muito extensa com alguns nomes a chegarem à seleção portuguesa, nos seus vários escalões, até porque o fenómeno passou a ser olhado com mais cuidado pelos responsáveis federativos.
Não é de estranhar portanto que seja também nestes luso-descendentes que Portugal comece a depositar grandes esperanças para que a nossa seleção continue a brilhar nos relvados.
Cada vez mais filhos de emigrantes integram as convocatórias de Portugal, nos seus vários escalões, e apesar de algumas exceções, a verdade é que a maioria não tem dúvidas na hora de escolher se jogam pela seleção do país onde nasceram ou se o fazem pela seleção do país de onde são provenientes os seus pais.
Até agora Portugal tem vantagem e muitos luso-descendentes, como os apontados, preferem jogar pelos lusos. E se na seleção principal são muitos os casos, também nas convocatórias para as seleções mais jovens os nomes de luso-descendentes sucedem-se.
Na seleção principal, que agora vai disputar o Euro2016, que se vai realizar em dez cidades francesas entre 10 de junho e 10 de julho, são quatro os nomes de jogadores que nasceram fora de Portugal mas que são filhos de pai ou mãe portuguesa: Raphael Guerreiro, Anthony Lopes e Adrien Silva nasceram em França, e Cedric na Alemanha.
Anthony Lopes disse em 2011, ainda representava a seleção de sub-21, que representar a seleção portuguesa “não é uma coisa que se explique. Sentes isso em ti. Sinto-me mais português do que francês”.
Anthony Lopes escolheu a seleção portuguesa, em detrimento da francesa, sem pressão da família.
Começou a representar Portugal a partir dos sub-17, após um estágio conclusivo em Lisboa. Foi subindo nos escalões, brilhou nos sub-21, e hoje é um dos habituais convocados por Fernando Santos.
Raphael Guerreiro também vai vestir a camisola portuguesa no Euro2016.
O defesa-esquerdo tem demonstrado estar em boa forma, tendo inclusive marcado um golo na vitória portuguesa frente à Noruega, no Estádio do Dragão.
E se representar Portugal é sempre especial para Raphael Guerreiro, a verdade é que o Europeu vai ser disputado em França, país onde nasceu e cresceu: “é verdade que para mim será uma sensação diferente, uma vez que o Europeu se joga em França, onde nasci e onde vivo. A minha família vive em França, creio que isso tornará a situação um pouco diferente. Mas é só isso. A minha vontade é só uma: fazer o máximo por Portugal, a seleção que eu represento, a camisola que eu visto”.
Também Adrien nasceu em França. Para o Euro promete “paixão e suor”, considerando Portugal como uma das seleções candidatas a vencer o torneio.
O médio vai disputar, aos 27 anos, a sua primeira fase final de uma grande competição, depois de uma temporada em que se destacou no meio campo do Sporting. E logo em França, país em que nasceu. “Estou muito motivado por estar na fase final. Estou feliz e entusiasmado. Foi uma época importante para a minha evolução como jogador. Soube muito bem ver o meu nome na convocatória”.
Se França é o país estrangeiro onde nascem mais futebolistas profissionais de ascendência portuguesa, dos quatro convocados para o Euro apenas Cédric Soares nasceu noutro país: na Alemanha.
Cédric nasceu no dia 31 de agosto de 1991 em Singen, no sul da Alemanha, onde viveu os primeiros anos da sua vida. Antes dos seus pais, já os seus avós tinham emigrado, com os seus pais a conheceram-se na Alemanha, onde tiveram dois filhos.
Quando o seu irmão mais velho estava quase a fazer seis anos, os pais decidiram que queriam que os filhos estudassem em Portugal. Como Alvalade ficava perto do colégio onde Cédric e o irmão estudavam, acabaram por começar a frequentar as escolas do Sporting. Uma história com um final feliz.Hoje é um dos craques da seleção portuguesa e promete suar a camisola para fazer de Portugal campeão da Europa.
“O objetivo é sermos campeões da Europa e é por isso que vamos lutar” disse recentemente.
Ana Rita Almeida
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