A CARINA – Produtos Alimentares Lda. é uma empresa criada em 1988, que se dedica ao fabrico de Produtos Pré-Cozinhados Ultracongelados e com uma moderna unidade fabril em Chaves, onde produz com qualidade produtos alimentares que são cada vez mais exportados.
Viajámos até Chaves ao encontro do flaviense e dinâmico empresário António Borges que, juntamente com sua esposa Carla e um staff dedicado de colaboradores, conseguiram erguer uma empresa adquirida e já em funcionamento há sete anos. Na altura, atravessava uma fase que a levaria ao encerramento e, graças a um corpo técnico de 32 colaboradores permanentes com sólida experiência e elevado grau de profissionalismo e graças à aposta na qualidade daquilo que produzem, conseguiram afirmar-se no mercado nacional e iniciar com sucesso a exportação dos seus produtos.
Após um período de afirmação e crescimento, a CARINA assistiu, nos últimos 5 anos, a um processo de adaptação resultante de um forte investimento em instalações e equipamentos, que saltam à vista mal se chega às suas instalações fabris.
Presentemente, opera num espaço moderno e bem equipado, cuja aposta assenta num reconhecimento alicerçado na capacidade de produzir, respeitando prazos e permanecendo atenta aos padrões de consumo dos seus clientes. Com preços bastante competitivos, aposta numa qualidade pautada pela melhoria contínua da organização e dos métodos de trabalho, fazendo cumprir de maneira fiel os seus contratos, conforme nos explica António Borges.
Quando adquiriu esta empresa, a sua aposta era continuar a manter os postos de trabalho e crescer mais. Conte-nos um pouco dessa aposta empresarial?
Como flaviense e por conhecer a marca de produtos Carina, comprei, juntamente com a minha esposa, esta empresa que era de dois irmãos que laboravam quase em exclusivo para as grandes superfícies, que lhes esmagavam os preços e, por isso, a situação financeira era menos boa. Em três anos foi investir e perder dinheiro, porém, há quatro anos e fruto de ter ido pela primeira vez ao SISAB PORTUGAL tudo veio a modificar-se nesta empresa.
Posso contar a história rapidamente e sem referir esse cliente internacional que conheci – e foi tão importante para nós e para o sucesso – no SISAB PORTUGAL e, hoje, é meu importador para o mercado inglês. O mesmo referiu-me que o meu produto não tinha a qualidade que ele queria. Isso tocou-me, cheguei à fábrica e revolucionei todo o fabrico. Fui procurar receitas antigas, métodos tradicionais de fabrico, consultei chefes de cozinha e deixei de produzir focado para as grandes superfícies e passei a apostar na alta qualidade dos produtos e com sucesso. Na altura pouco exportava e, dada a revolução da CARINA e os clientes que fomos conseguindo no evento, estamos a crescer. O nosso lema é qualidade, transparência e confiança entre fornecedor e cliente.
Nessa recolha de receitas fez uma recolha aqui da região de Chaves?
Sim, como reparou e pode ver na fábrica a linha de moldagem dos pastéis e cozeduras segue as receitas e os processos tradicionais, aliada ao sistema semi-industrial de fabrico e, depois, ultra congelação. Isso foi a nossa “tábua de salvação”. A qualidade tem o seu preço, mas o cliente sabe distinguir.
Quantas referências de produtos a CARINA produz?
Cerca de 50 referências, entre as quais pastéis de bacalhau (o produto que mais vendemos), pastéis de Chaves, rissóis de carne, camarão e de chocolate.
Para a CARINA, a Gestão da Qualidade e da Segurança Alimentar são parte integrante do seu processo de desenvolvimento. Em suma, de forma a alicerçar convenientemente o edifício da qualidade, procuramos de forma consistente atender ao objetivo que aponta para a capacidade da entrega dos nossos produtos. Não fazemos stocks e queremos que o produto chegue ao consumidor com pouco tempo de congelação. O cliente faz a encomenda e trabalhamos com muita eficiência no fabrico e entrega. Em 48 horas, tem a encomenda na sua loja.
Em função dos diferentes mercados, culturas e paladares, a CARINA procura acompanhar os hábitos e tendências exibidas pelos consumidores, apostando na criação de novos produtos.
Estamos recetivos a novos parceiros de negócio. Vamos estar no próximo SISAB PORTUGAL 2016, já com reuniões agendadas com importadores internacionais. As nossas vendas aumentaram 42% nos últimos anos, tendo a exportação 30% do volume total de vendas, mas queremos crescer ainda mais e temos capacidade para isso.
Falou em novos produtos e a inovação é uma constante. Como sabe, em Lisboa, foi lançado por outro empresário – e com sucesso – um pastel de bacalhau com queijo da Serra da Estrela no seu interior. A junção de dois sabores diferentes e de, registe-se, dois ícones dos nossos produtos alimentares. Tem alguma opinião sobre esta nova realidade alimentar, virada para o turista?
AB- Deixe que lhe diga que quando me falaram nisso – e foi notícia numa das minhas voltas comerciais pelo país – passei pela Rua Augusta, em Lisboa, entrei na Casa Portuguesa e vi o produto, a sua confeção à frente do cliente e o conceito de loja e, claro, provei! Os turistas eram muitos e fiquei maravilhado! Foi um “casamento perfeito” e uma ideia genial.
Promovem-se dois bons produtos e, dada a qualidade que se sente no sabor, foi um lançamento excelente e está de parabéns quem teve a ideia e a concretizou. Portugal precisa disto, precisa de inovação e de reinventar novos produtos e a junção dos dois sabores é “divinal”.
Até onde quer que a CARINA cresça?
O objetivo é trabalhar 24 sobre 24 horas, criar mais emprego nesta cidade e nesta região como forma de fixar as pessoas, aliando o bem fazer e a dedicação dos meus funcionários ou colaboradores, pois sem eles e sem a confiança dos nossos clientes, que são parceiros de negócio, não teria conseguido erguer esta empresa. Procuramos sempre destacar-nos pela melhor qualidade e diferenciação, pautando os nossos compromissos por um elevado grau de responsabilidade e pela sustentabilidade das relações com os nossos parceiros. Como temos feito, penso conseguir.
Investimos e modernizámos de raiz as nossas instalações, no sentido de fazer face às novas exigências do mercado.
Ao longo dos últimos anos, consolidámos a nossa relação com diferentes distribuidores e grandes grupos económicos com o fornecimento de marca própria e estamos, agora, capacitados para desenvolver novas parcerias. No que concerne ao mercado externo, destaca-se uma presença circunscrita ao mercado da “saudade”, nomeadamente Inglaterra, França, Alemanha, Luxemburgo e Suíça e estamos, desde já, a desenvolver esforços no sentido da nossa afirmação em países africanos de expressão portuguesa, em Macau, Hong Kong e no Brasil.
Pastel de Chaves é produto de indicação geográfica protegida
O Pastel de Chaves é certificado como produto de Indicação Geográfica Protegida (IGP) pela Comissão Europeia e a partir de agora só os produtos fabricados em Chaves é que podem ser vendidos como Pastel de Chaves. A certificação é uma mais-valia significativa para Chaves, ao nível da criação de emprego e riqueza e com grande potencial no mercado externo. Foi no ano em que comemorou 150 anos que o Pastel de Chaves, feito à base de massa folhada e carne picada, foi classificado como produto com Indicação Geográfica Protegida. O famoso Pastel de Chaves, conhecido pelo seu sabor e tenrura, com a aprovação da certificação por parte da Comissão Europeia ficou, assim, protegido contra imitações.
O processo de certificação, publicado em Diário da República, iniciou-se em 2006 e permite valorizar, reconhecer e proteger os pastéis quanto à sua origem, natureza e qualidade, evitando fraudes e imitações.
A classificação do produto de pastelaria, em forma de meia-lua, constituído por uma massa folhada e recheada com um preparado específico à base de carne de vitela picada, evita quaisquer práticas que, sem direito, utilizem ou façam apelo à denominação registada para beneficiar da sua reputação.
A história do Pastel de Chaves data de 1862, quando uma vendedora, cuja origem se desconhece, percorria a cidade de Trás-os-Montes com uma cesta de pastéis de forma estranha e insuficientes para satisfazer a “gula” dos habitantes.
A fundadora da Casa do Antigo Pasteleiro decidiu, então, oferecer uma libra pela receita da iguaria que acabou por conquistar um lugar de destaque na gastronomia flaviense.
A CARINA é um dos produtores certificados para produzir este pastel.
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