Fale-me um pouco sobre a história da ‘La Gondola’…
A La Gondola é uma das mais antigas fábricas de conservas portuguesas. Foi fundada por italianos nos anos 30. Os italianos foram dos primeiros a instalarem-se na vila de Matosinhos, e a par dos gregos e dos espanhóis foram os responsáveis pelo arranque e desenvolvimento da indústria conserveira nesta vila, produzindo as conservas pelo sal, as chamadas anchovas. A La Gondola tinha uma forte componente de produtos transformados pelo sal.
Actualmente a empresa tem capital 100% português, fazendo parte de um grupo que desenvolve a sua actividade no sector das conservas, com uma forte vertente exportadora, mas sempre com o intuito de crescer no mercado interno.
Aqui, o peixe entra, é processado e vocês fazem tudo de A a Z?
Exactamente. E a grande virtude da La Gondola, foi nunca ter abandonado os processos tradicionais de fabrico.
(…) A La Gondola é uma das mais antigas fábricas de conservas portuguesas. Foi fundada por italianos nos anos 30. Os italianos foram dos primeiros a instalarem-se na vila de Matosinhos, e a par dos gregos e dos espanhóis foram os responsáveis pelo arranque e desenvolvimento da indústria conserveira nesta vila, produzindo as conservas pelo sal, as chamadas anchovas (…)
Procuramos trabalhar matérias-primas 100% frescas, peixe do dia. Daí o facto da La Gondola ter uma grande quantidade de referências e de espécies de pescado. Portugal sempre foi conhecido pelas conservas de sardinha, e é essa a bandeira que apresentamos ao mundo, mas ao mesmo tempo também temos outras espécies, como a cavala, o carapau, o polvo, as lulas, a truta, o salmão, as ovas de vários peixes ou o atum. Produzimos também os patés de pescado, que são produtos mais recentes, mas com uma penetração nos mercados bastante acentuada e muito apreciados pela faixa etária mais jovem. Recentemente introduzimos o peixe-espada preto, em que somos pioneiros e os únicos a trabalhar esta espécie.
São muitas referências e isso também nos permite chegar a um maior número de consumidores.
(…) Procuramos trabalhar matérias-primas 100% frescas, peixe do dia. Daí o facto da La Gondola ter uma grande quantidade de referências e de espécies de pescado. Portugal sempre foi conhecido pelas conservas de sardinha, e é essa a bandeira que apresentamos ao mundo, mas ao mesmo tempo também temos outras espécies, como a cavala, o carapau, o polvo, as lulas, a truta, o salmão, as ovas de vários peixes ou o atum (…)
O vosso packaging é muito atractivo, muito moderno, dentro do sector das conservas…
É um sector muito tradicional e esta é também uma forma de nos destacar.
Temos um grande cuidado com a apresentação das nossas marcas. Para isso, investimos em design de uma forma constante e fazemos a apresentação de novos produtos de uma forma muito regular, desde as conservas tradicionais às conservas que nós chamamos do século XXI, com novas apresentações, com novos tipos de embalagem. Uma particularidade da imagem das conservas La Gondola foi voltar ao passado, apresentando a lata empapelada com celofane, que se destaca no mercado com uma apresentação vintage. Como apostamos na diferenciação, temos também uma gama de produtos biológicos, acompanhando a tendência do consumo. A nossa fábrica está certificada para o efeito destacando a empresa face à concorrência.
(…) Temos um grande cuidado com a apresentação das nossas marcas. Para isso, investimos em design de uma forma constante e fazemos a apresentação de novos produtos de uma forma muito regular, desde as conservas tradicionais às conservas que nós chamamos do século XXI, com novas apresentações, com novos tipos de embalagem (…)
Os mercados externos como é que reagem? Vocês já exportam? Estão em vários países? Fale-me um pouco dos países onde estão e dos que gostaria de alcançar.
A La Gondola exporta para mais de 30 países, com destaque para o continente Europeu mas também para alguns países asiáticos e americanos, sendo reconhecida pela qualidade do produto, pela inovação, pelo design, e por conservar os métodos tradicionais no fabrico. A La Gondola nunca perdeu a tradição de trabalhar com peixe fresco e processado exclusivamente pelo método tradicional pré-cozido. Este é, efectivamente, um método que está em desuso e que muito poucas empresas o seguem. Pensamos que é uma das razões que contribuíram para que a empresa resistisse, já que Matosinhos foi um pólo com quase 70 fábricas e neste momento são apenas quatro.
(…) A La Gondola exporta para mais de 30 países, com destaque para o continente Europeu mas também para alguns países asiáticos e americanos, sendo reconhecida pela qualidade do produto, pela inovação, pelo design, e por conservar os métodos tradicionais no fabrico . A La Gondola nunca perdeu a tradição de trabalhar com peixe fresco (…)
Qual é a sua opinião sobre o
SISAB PORTUGAL? Tem ajudado a empresa, no sentido de arranjar novos destinos de exportação?
O SISAB PORTUGAL é uma montra onde os fabricantes e os produtores nacionais têm a possibilidade mostrar a força e a qualidade dos nossos produtos. Penso que será a única feira mundial que concentra a produção de um determinado país, neste caso Portugal, e como é evidente sentimos que é uma das formas fáceis de chegar aos quatro cantos do mundo, gerando novos contactos e novas oportunidades.
Fale-me de algumas marcas da ‘La Gondola’…
A ‘La Gondola’ trabalha, essencialmente, a sua marca. É uma marca onde temos investido muito e onde carregamos todo o nosso saber, toda a qualidade. Sempre que temos algo que nos possa destacar, concentramo-nos nessa marca. A par também trabalhamos para outras marcas, seguindo a mesma linha de qualidade da ‘La Gondola’. Normalmente nos países para onde exportamos, trabalhamos com as melhores marcas e com Clientes que querem manter padrões de qualidade e por essa via destacar as suas próprias marcas no mercado. Algumas destas marcas têm também produção no país de origem, mas procuram em Portugal a execução das conservas de sardinha à antiga portuguesa.
Como vê o futuro desta arte? Está a ganhar um novo fôlego desde há uns anos para cá? Qual é a sua opinião?
Na minha opinião as conservas estão cada vez mais “na moda” e o seu potencial alimentar aliado à forte tradição portuguesa no fabrico estão a fazer chegar este produto a mais consumidores.
Apesar da industria passar por tempos difíceis pela redução da pesca da sardinha, sabemos que temos que contribuir para a sustentabilidade da espécie em Portugal.
Como consequência, a indústria, nomeadamente a ‘La Gondola’, começou a dar mais atenção a outras espécies que nunca tinham sido utilizadas nas conservas de peixe. Hoje, apesar de continuarmos a fazer as conservas pelo método tradicional pré-cozido, também procuramos preparações diferentes, molhos diferentes, para consumidores que querem comer peixe com sabores mais sofisticados.
(…) Normalmente nos países para onde exportamos, trabalhamos com as melhores marcas e com Clientes que querem manter padrões de qualidade e por essa via destacar as suas próprias marcas no mercado. Algumas destas marcas têm também produção no país de origem, mas procuram em Portugal a execução das conservas de sardinha à antiga portuguesa (…)
É muito importante referir a importância dos nossos colaboradores, nomeadamente as senhoras que processam o peixe e que têm um saber fazer que realmente impressiona quem nos visita. Posso dizer que os fabricantes franceses, italianos e espanhóis que nos visitam regularmente ficam impressionados pelo modo como nós “arrumamos” as sardinhas na lata. Muitos deles, essencialmente os mais antigos, dizem que já não se lembravam de ver trabalhar daquela forma. Esse know-how é o que nos distingue. Eu costumo dizer que abrir uma lata de sardinhas da ‘La Gondola’ é um regalo para os olhos. Quando se abre, vê-se que é quase um trabalho de ourivesaria. É um trabalho que, efetivamente, muito pouca gente o sabe fazer desta forma. O nosso grande capital são as pessoas que trabalham connosco.
Actualmente a empresa está a fazer um investimento numa nova unidade industrial, exclusivamente para limpeza do atum. Esta nova linha de produção permitirá aumentar o portfolio de produtos e clientes, criando cerca de 70 novos postos de trabalho.
(…) Na minha opinião as conservas estão cada vez mais “na moda” e o seu potencial alimentar aliado à forte tradição portuguesa no fabrico estão a fazer chegar este produto a mais consumidores. Apesar da industria passar por tempos difíceis pela redução da pesca da sardinha, sabemos que temos que contribuir para a sustentabilidade da espécie em Portugal. Como consequência, a indústria, nomeadamente a ‘La Gondola’, começou a dar mais atenção a outras espécies que nunca tinham sido utilizadas nas conservas de peixe (…)
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