Falar da CARMIM (Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz) é falar da principal empresa do concelho de Reguengos de Monsaraz e um dos principais motores de desenvolvimento económico-social da região, assegurando o bem estar e a qualidade de vida dos associados e respectivas famílias.
O sucesso da CARMIM é, acima de tudo, o sucesso dos seus associados e é desta relação que resulta a forte dimensão social que a empresa representa para a região. Com o advento de Alqueva, o concelho de Reguengos de Monsaraz tem sido alvo de uma reestruturação profunda a nível de infra-estruturas turísticas, com o aparecimento de empresas de agroturismo e operadores turísticos.
Aproveitando essa nova oportunidade que se abriu com Alqueva, a CARMIM tem dinamizado, e pretende dinamizar ainda mais, o seu espaço de Enoturismo, já uma referência na Rota do Alentejo, canalizando a maior parte possível do crescente fluxo turístico que tem passado pela região.
Empresa que dispensa apresentações, a CARMIM foi criada em 1971 por um grupo de 60 viticultores.
Quarenta e quatro anos depois, a qualidade dos vinhos CARMIM é sinónimo de excelência. A empresa lidera o mercado nacional no segmento dos vinhos de qualidade, possui atualmente cerca de 900 associados e produz 65 referências de vinhos: dos brancos aos tintos, dos jovens aos reservas, passando pelos licorosos, rosé ou espumantes.
A CARMIM também produz aguardente e azeites de reconhecida qualidade.
Miguel Feijão engenheiro de formação e viticultor é o presidente eleito pela assembleia geral que compõe a cooperativa e falas da CARMIM ao Mundo Português.
Mundo Português – Caro presidente, é seguramente uma enorme responsabilidade estar à frente dos destinos desta importante adega cooperativa. Diga quando foi eleito e fale-nos da CARMIM.
Miguel Feijão – Fui eleito para a presidência da CARMIM nas eleições de 2014, a 2 de Julho. Vivi muitos anos em Lisboa, tendo regressado a Reguengos há 19 anos e sou sócio da Carmim há mais de 30 anos.
O meu pai foi também presidente da direção desta casa durante 12 anos. Juntamente com um conjunto de outras pessoas que partilham das mesmas ideias, estas foram apresentadas aos sócios e, por conseguinte, fomos eleitos.
A responsabilidade, como refere, é enorme, pois somos o maior empregador de Reguengos. A empresa conta com cerca de 90 colaboradores fixos e sazonalmente, na altura das vindimas, empregamos mais 30 pessoas em média. Temos cerca de 900 associados, distribuídos por diversas secções, entre os quais cerca de 450 são viticultores.
Seguramente podemos afirmar que uma grande parte das famílias deste concelho vive da vinha e do olival. A CARMIM possui um das tecnologias mais avançadas da Península Ibérica, ao nível de produção e engarrafamento, sendo uma adega de excelência em Portugal, a maior no Alentejo e uma das maiores no país.
MP- Fale-nos de produção…
MF- A produção evolui favoravelmente. Todos os anos há sócios que fazem reestruturações das vinhas velhas, as quais se transformam em vinhas novas e tecnologicamente mais avançadas.
A produção tem aumentado, tendo sido de 22 milhões de Kg de uva em 2013 e 22 milhões e 600 mil kg em 2014. No que concerne ao ano de 2015, tudo decorre para que possamos contar com uma produção dentro dos mesmos valores.
MP- Já ha muito que conquistaram o mercado nacional. Os vinhos CARMIM estão em todo o país. No entanto fale-nos do mercado nacional e do mercado internacional, já que a CARMIM também há muito que exporta os seus vinhos.
MF – É um facto que a CARMIM detém o mercado nacional, tendo-se tornado uma referência.
Das nossas marcas, reconhecidas do grande público, destacam-se: Terras D’El Rei, Reguengos DOC e Monsaraz DOC.
Adicionalmente, a exportação representa 25% da nossa produção e a tendência é aumentar muito mais.
Temos plena consciência da importância do mercado internacional no mundo dos vinhos. Os laços estabelecidos com o exterior tornam-se cada vez mais estreitos e fortes, contribuindo para uma positiva notoriedade das nossas marcas de vinhos.
Neste momento exportamos, através dos nossos distribuidores internacionais, para mais de 35 países, entre os quais: Alemanha, Bélgica, França, Holanda, Inglaterra, Irlanda, Luxemburgo, Noruega, Polónia, República Checa, Suíça, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Canadá, E.U.A., Brasil, Venezuela, Índia, Japão, Macau (China), Austrália, que levam os nossos vinhos aos consumidores mais exigentes presentes em todo o mundo.
MP- E os novos mercados, os mercados mais distantes?
MF – O mercado internacional mais distante tem sido também trabalhado pela nossa empresa de exportação, a ENOFORUM. No início a estratégia era estarmos nos mercados mais distantes presencialmente, como o Oriente.
Contudo, logisticamente não era viável e a reconversão a nível interno da CARMIM levou-nos a novas estratégias. Por conseguinte, neste momento, estamos a vender para o Oriente através de players locais.
MP – Estamos a falar de vinhos mas não nos podemos esquecer que a CARMIM produz azeites. Falemos agora do azeite que produzem da transformação das azeitonas dos associados.
MF – É verdade, ainda recentemente na minha deslocação ao Brasil constatei que os nossos azeites foram muito elogiados e apreciados.
Na verdade o nosso azeite distingue-se e temos capacidade para produzir azeite em quantidade e qualidade para satisfazer as exigências dos nossos clientes. Maioritariamente produzido da variedade Galega, havendo também alguma percentagem de azeitona Cobrançosa, trata-se de azeites delicados e de superior qualidade de aroma suave e fresco.
Laboramos cerca de 200 mil Kg por ano e temos uma nova área de olival novo, o que vai aumentar a nossa produção.
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