A maior plataforma internacional de negócios para a exportação dos setores alimentar e bebidas de Portugal, regressou ao Pavilhão Atlântico, em Lisboa. Entre 27 e 29 de fevereiro de 2012, produtores nacionais de 400 empresas e 1200 importadores de 83 países negociaram o que de melhor Portugal produz nestes setores de excelência. Foi a 17ª edição do SISAB PORTUGAL – Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas, que, nas palavras do primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho reuniu num só espaço “o melhor de uma sociedade e de uma cultura”.
A sessão de abertura do 17.º Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas (SISAB SISAB PORTUGAL), contou com a presença do Primeiro-Ministro de Portugal, Pedro Passos Coelho, do ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, do secretário de Estado Adjunto do Ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Feliciano Barreiras Duarte, do secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, do presidente da Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, além de representantes de institutos públicos e da banca portuguesa e ainda do ministro de Planificação e Desenvolvimento de Moçambique.
Na intervenção de abertura e perante uma plateia que reuniu produtores nacionais de cerca de 400 empresas e 1200 compradores internacionais vindos de 83 países, o presidente do SISAB PORTUGAL sublinhou estar perante “os mais importantes importadores internacionais que se podem tornar os novos «embaixadores» dos produtos portugueses”.
“Quando se vê um inglês, associa-se a pontualidade; um alemão, a força; um francês, a glamour; um italiano, a estilo. E quando se vê um português, a que se associa? A excelência”, defendeu o idealizador do SISAB PORTUGAL. Em tom de brincadeira perguntou aos presentes porque achavam que melhor treinador do mundo e o melhor jogador de futebol a nível mundial são portugueses. “Porque consumiram desde pequenos, produtos portugueses”, afirmou, sendo aplaudido de seguida.
Ao apresentar o certame, recordou que este é um evento que se realiza há 17 anos, ininterruptamente e onde se negoceia exclusivamente, produtos portugueses. Um evento que afirmou ser “único no mundo”, que trabalha “para a excelência”, organizado por “uma empresa cem por cento privada, cem por cento portuguesa” que reúne todos os anos em Portugal, “produtores nacionais e empresários importadores de todo o mundo, que vieram de tão longe conhecer, divulgar e consumir produtos portugueses”. A finalizar deixou dois desafios. Aos empresários nacionais disse que “o futuro está nas vossas mãos”. Aos importadores estrangeiros, desafiou a comprarem produtos portugueses.
Grande “encontro de ambições”
No seu discurso de abertura do 17º SISAB PORTUGAL, Pedro Passos Coelho começou por afirmar o “imenso agrado” por regressar ao certame que apresentou como “uma mostra dedicada ao que de melhor se faz em Portugal no setor alimentar e das bebidas”. O atual Primeiro-Ministro – que já tinha visitado o Salão em 2011, na altura como líder da oposição – louvou a iniciativa e deu as boas-vindas aos empresários portugueses ali presentes e aos importadores de todo o mundo que participam no evento “para melhor conhecerem o nosso país e os nossos produtos”.
“Um grande encontro de vontades e de ambições como este, prova que Portugal tem uma forte capacidade de recuperação, e que a consciência das dificuldades presentes foi sempre para nós o primeiro momento de um futuro melhor”, considerou Pedro Passos Coelho, que destacou ainda a aposta do seu Governo na mudança estrutural da economia portuguesa, especialmente no que se refere ao crescimento das exportações que defendeu serem necessárias “para que a economia cresça em bases sutentáveis”.
Nesse sentido, considerou que é preciso “libertar e aproveitar a iniciativa dos nossos exportadores”, algo que segundo o Chefe do Governo só pode ser feito “através de um conjunto de reformas estruturais capazes de eliminar importantes bloqueios que limitam a nossa capacidade de crescimento”.
Afirmando ainda que os ritmos da economia portuguesa “podem e devem ser acelerados”, deu como exemplo o setor exportador do país, que “mostrou nos últimos anos uma capacidade notável de ultrapassar a atual crise financeira e económica”, elogiou. “As exportações de bens e serviços aumentaram 13,3 por cento no ano passado face a 2010, uma das taxas de crescimento mais elevadas da zona euro”, referiu, acrescentando que “o volume das exportações em 2011 excedeu já significativamente o volume registado em 2008, antes da atual crise financeira”.
Algo que segundo o Primeiro-Ministro, aconteceu porque as empresas portuguesas demonstraram ser capazes de “rapidamente se deslocarem para setores com melhores oportunidades”. Outro fator apontado pelo governante para o incremento das exportações é a existência de um tecido empresarial “diversificado”, com conhecimentos adquiridos em muitos setores e “povoado por uma nova geração com outras habilitações escolares e mais familiarizada com o mundo”. Fatores que, sublinhou, são um ponto de partida “excelente” para o país desenvolver uma “nova cultura económica de flexibilidade, versatilidade e rapidez”.
Voltando-se para os produtores portugueses presentes no SISAB PORTUGAL disse-lhes serem uma “equipa de sonho da nossa economia”, que necessariamente o levava a sublinhar dois pontos “essenciais”. O primeiro, é de que todos os produtos de uma economia, “mais do que feitos com máquinas, são feitos com conhecimentos e a partir de redes de colaboração capazes de combinar os conhecimentos de muitas pessoas diferentes”.
“Temos tantos séculos de conhecimentos acumulados nos setores representados neste certame. Mas todo este conhecimento só pode ser ativado e preservado se estiver contido em cadeias de colaboração capazes de o aproveitar integralmente. Tenham orgulho no vosso trabalho porque representam o melhor de uma sociedade e de uma cultura”, disse.
O segundo ponto prende-se com a importância da concorrência que Passos Coelho defendeu ser o garante de que todos podem participar da vida económica. “Olhando para o resultado do trabalho e da criatividade dos produtores aqui reunidos, sei que dão o melhor de si todos os dias para responderem ao teste crítico do mercado”, afirmou.
E nesse sentido, desafiou os empresários portugueses a unirem-se para alcançar melhores resultados. “Os produtores portugueses terão muito a ganhar se souberem trabalhar em conjunto para entrar em novos mercados de exportação”, defendeu.
Força dos empresários das comunidades
Acompanhando a comitiva do Primeiro-Ministro, o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas sublinhou que o SISAB PORTUGAL é um ponto de encontro de produtores portugueses com empresários de todo o mundo e pode ser decisivo para a projeção internacional dos produtos portugueses. Uma projeção para a qual, em seu entender, pode contribuir este tipo de eventos, que ajudam a dar a conhecê-los no estrangeiro.
“O principal problema que os nossos produtores têm lá fora é o desconhecimento que existe relativamente aos seus produtos. Esse conhecimento poderá ser maior com um maior envolvimento dos empresários de origem portuguesa e das próprias comunidades em geral. Portanto, este tipo de eventos permite esse estreitamento de laços e essa aproximação”, defendeu José Cesário.
Sendo um evento de negócios para profissionais do setor alimentar, José Cesário não esquece a importância que os portugueses na diáspora representam para a economia portuguesa. “Se o mercado da saudade já representa uma fatia muito significativa para o comércio dos produtos de origem portuguesa, a fatia pode ser muito maior e o SISAB Portugal pode ajudar a projetar esses produtos para outros mercados”, acrescentou o governante.
Já para o secretário de Estado Adjunto do Ministro adjunto e dos Assuntos Parlamentares, defendeu que o SISAB PORTUGAL “faz melhor à nossa economia do que alguns eventos que são feitos fora de Portugal, às vezes sem efeitos práticos”. Feliciano Barreiras Duarte afirmou ainda que o certame tem contribuído para o aumento das exportações neste setor ao longo da sua história.
“O SISAB tem ajudado os produtores portugueses e Portugal a projetarem melhor o seu nome”, sublinhou, acrescentando que “é com eventos como este que conseguiremos ultrapassar as nossas dificuldades”.
Certame de “sucesso”
Terminada a sessão de abertura, o Primeiro-Ministro e a restante comitiva inauguraram oficialmente o certame com uma visita que ao levou a percorrer todo o espaço onde se concentravam os stands das empresas nacionais.
E aproveitou para felicitar novamente a organização pela iniciativa. “É muito importante que o SISAB tenha conseguido este sucesso: ter tantos expositores portugueses, sobretudo com tantos estrangeiros a visitar-nos e a fazerem aqui negócios com produtos portugueses”.
Ao responder a um expositor que lhe ofereceu um pastel de nata “para dar energia”, Pedro Passos Coelho não se coibiu em afirmar que “precisamos todos de muita energia” e lamentou que nem sempre se tenha realçado “devidamente” a importância do desempenho dos exportadores nacionais. “Nós tivemos no ano passado, um crescimento das exportações muito mais acentuado do que aquele que estava programado. E isso, em condições de maior adversidade externa, do que a que estava inicialmente projetada também. O que significa que mesmo em condições de maior adversidade as nossas empresas conseguiram voltar-se muito mais rapidamente para o exterior e mostrar uma grande plasticidade e uma grande mobilidade”, destacou o Chefe de Governo
Passos Coelho sublinhou que boa parte do sucesso português no processo de ajustamento da economia “depende dos nossos produtores e dos nossos exportadores”. E defendeu o trabalho realizado, afirmando que demonstram “um dinamismo” que tem surpreendido os analistas económicos. “Olham para a nossa economia e estariam à espera de a ver entrar numa espécie de ciclo vicioso de austeridade, mas percebem que afinal há um ciclo virtuoso que tem sido preservado e que está a sustentar a economia portuguesa. E que, julgo eu, será responsável pela nossa recuperação a partir de 2013”, afirmou.
Antes de prosseguir a visita voltou a referir que os produtos portugueses são atualmente “uma fonte de energia” muito importante para a economia portuguesa.
E explicou. “O facto de a zona Euro estar a abrandar e de ainda assim nos termos conseguido aumentar mais de 13% as nossas exportações na zona Euro, significa que as nossas empresas se têm movido muito bem mesmo dentro da União Europeia e da zona Euro”.
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