A aliança ibérica Portugal/Espanha, Inglaterra e Estados Unidos são os três únicos projectos que oficializaram o interesse em organizar os Mundiais de futebol 2018 ou 2022 que cumprem os requisitos iniciais da FIFA.
Na minuta preliminar enviada a todos associados para ponderação a concorrer às duas edições, a FIFA esclareceu que os anfitriões terão de oferecer 12 estádios com capacidade mínima de 40.000 lugares para poderem entrar numa corrida que terá a sua conclusão em Dezembro de 2010, altura em que serão anunciados os dois vencedores.
Neste lote, pelo menos um dos recintos tem de contar com uma lotação igual ou superior a 80.000 cadeiras, requisito destinado aos jogos de abertura e final.
A mesma missiva determinava que a tecnologia de telecomunicações, transmissões televisivas, informação, transporte e alojamentos fossem de "última geração".
A 02 de Fevereiro encerrou o prazo para oficializar junto da FIFA a intenção de entrar na dupla corrida e a lista fechou em 11 pretendentes: Portugal/Espanha, Inglaterra, Rússia, Holanda/Bélgica, Austrália, México, Estados Unidos, Japão, Coreia do Sul, Qatar e Indonésia.
Quanto às infra-estruturas desportivas, apenas ibéricos, ingleses e norte-americanos respondem, neste momento, às exigências da FIFA, com esmagador domínio dos Estados Unidos, que contam com uma oferta que "arrasa" toda a concorrência, com mais de uma centena de estádios "elegíveis".
Tendo em conta que ao cabo de 76 anos de história, que contabilizam 18 edições entre 1930 e 2006, o Mundial ficará pela primeira vez arredado da Europa em duas edições consecutivas (África do Sul'2010 e Brasil'2014), é praticamente certo que o "Velho Continente" regresse à rota da competição na dupla escolha nos finais de Dezembro do próximo ano.
Desta forma, e segundo as determinações da FIFA, só Portugal/Espanha e Inglaterra cumprem os requisitos entre os pretendentes europeus, batendo Rússia e Holanda/Bélgica no que diz respeito aos estádios disponíveis.
Do lado português da proposta ibérica, Estádio da Luz (65.000), Dragão (52.200) e Alvalade (50.000) têm a experiência recente do Euro2004 e cumprem a lotação proposta pela FIFA, embora nenhum deles tenha capacidade, segundo os números da minuta, para os dois mediáticos jogos do Mundial.
Neste capítulo, Camp Nou (98.945), em Barcelona, e Santiago Bernabeu (80.354), em Madrid, superam os "mínimos" para abertura e final, juntando-se à lista espanhola mais sete estádios com capacidade para acolher os restantes jogos.
La Cartuja (72.000), Ruiz de Lopera (55.500) e Sanchez Pizuan (55.000), os três em Sevilha, Vicente Calderon (57.500), em Madrid, Montjuic (56.000), em Barcelona, Mestalla (53.000), em Valência, e San Mames (40.000), em Bilbao, são os outros recintos que podem ser incluídos na candidatura ibérica.
A Espanha tem ainda projectos a avançar para mais cinco estádios, um deles previsto para ser inaugurado em meados deste ano, o novo estádio do Valência, com capacidade para 75.000 lugares.
O Estádio Olímpico La Peineta, que costuma servir para provas de atletismo, também será remodelado a adaptado ao futebol, devendo ser ocupado pelo Atlético de Madrid assim que as obras terminem, em 2012.Concluídos os trabalhos, o recinto madrileno poderá acolher quase 74.000 pessoas.
Estão também ainda projectadas as construções do novo estádio San Mames (com capacidade para 56.000 lugares e com conclusão prevista até 2013), em Bilbao, Nou Sarria (41.000), em Barcelona, e o Nueva Romareda (42.500), em Saragoça, embora este último se mantenha embargado desde 2007, desconhecendo-se quando serão retomadas as obras.
Tal como Portugal/Espanha, também a Inglaterra conta actualmente com 12 estádios com 40.000 ou mais lugares, embora só possa disponibilizar um com capacidade superior a 90.000 assentos, o novo Estádio de Wembley.
Se for também contabilizado o constrangimento geográfico de o máximo de dois estádios por cidade – um princípio desrespeitado apenas na primeira das 18 edições, no Uruguai, em 1930, edição concentrada em Montevedeo) – a oferta inglesa reduz-se de 12 para apenas 10 estádios, já que quatro deles são em Londres.
Como a parte espanhola do projecto ibérico conta com três recintos em Sevilha, a tradição dos Mundiais também eliminaria um deles, ficando, mesmo assim, com mais um estádio disponível que os ingleses.
Tal como sucede em Espanha, a Inglaterra também tem alguns projectos no papel, como o New Anfield, a nova casa do Liverpool, com 61.000 lugares, e o The Valley, um recinto que servirá o Charlton, de Londres, e terá capacidade para 40.600 pessoas.
Ainda entre a concorrência europeia, os outros dois pretendentes, Rússia e Holanda/Bélgica, ficam claramente a perder com a oferta no presente.
Os russos têm apenas dois recintos que cumprem os requisitos, curiosamente ambos com capacidade para a abertura e final, o Estádio Luzhniki (84.745), em Moscovo, e o Estádio Kirov (80.000), em São Petersburgo, cidade que tem também projectado a Gazprom Arena, futuro recinto do FC Zenit, previsto para 62.200 lugares.
Após a aliança vitoriosa para a organização do Euro2000, Holanda e Bélgica voltam a nova aposta em conjunto, desta feita à escala mundial, embora tenham um leque reduzido de recintos adequados às exigências da FIFA.
A fasquia dos 40.000 lugares só é cumprida pela Arena de Amesterdão (51.324), Estádio do Feyenoord (51.180), em Roterdão, e Estádio Rei Balduíno (50.024), em Bruxelas, e não existe nenhum com capacidade igual ou superior a 80.000.
No "papel" está também o novo estádio do histórico Anderlecht, com o mesmo nome, Constante Vanden Stock, mas mais 12.000 lugares (28.000 para 40.000).
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