Os partidos da oposição reagiram à entrevista que o primeiro-ministro concedeu no dia 5 à SIC. O PCP considerou que José Sócrates procurou “branquear as suas responsabilidades numa situação económica e social gravíssima”, acrescentando que este “não merece nem uma maioria relativa” nas próximas eleições legislativas. “É indispensável uma ruptura com esta política de direita e é indispensável construir neste país uma alternativa à esquerda a estas políticas”, afirmou à Agência Lusa Carlos Gonçalves, da Comissão Politica do PCP.
Pelo PSD, José Pedro Aguiar-Branco afirmou que o primeiro-ministro perdeu uma oportunidade de “falar a verdade ao país” e acusou José Sócrates de “arrogância”, “incapacidade” e “insensibilidade social”. O vice-presidente social-democrata disse ainda que este foi mais um momento para o chefe de Governo demonstrar “as suas três principais características: arrogância, incapacidade e insensibilidade social”. “Arrogância, porque persistiu na afronta ao presidente da República, numa altura em que o país enfrenta uma grave crise económica, contra a qual é fundamental a solidariedade institucional”, afirmou.
Já o membro da Comissão Executiva do CDS-PP, considerou que o primeiro-ministro “não oferece segurança aos portugueses” perante a “crise económica profunda” que o país atravessa. Em reacção à entrevista, Pedro Mota Soares criticou essencialmente “o que o primeiro-ministro não disse”, nomeadamente sobre “os mais pobres da sociedade portuguesa, os desempregados e os jovens sem emprego”. “O primeiro-ministro anunciou que, infelizmente, a economia portuguesa vai entrar em recessão, o que é a prova que o plano anti-crise proposto pelo Governo não é suficiente para ultrapassar as dificuldades”, disse. E não é suficiente porque, adiantou, “faltam medidas, nomeadamente aquela de que José Sócrates mais foge: a baixa de impostos”.
Por último, o Bloco de Esquerda considerou que José Sócrates “deu muitas razões e muitos argumentos aos portugueses para não renovarem a maioria absoluta do partido socialista nas próximas eleições legislativas”. Em declarações à Agência Lusa, o deputado do Bloco de Esquerda (BE) João Semedo, afirmou que a entrevista mostrou um “primeiro-ministro atrapalhado, com dificuldades em explicar as suas orientações politicas, as suas decisões e sobretudo os resultado da política do seu Governo”.
Para o BE, José Sócrates “não conseguiu explicar as razões que levaram o Governo a desviar dinheiro públicos, dos contribuintes para fazer face ás dificuldades de uma banco privado (em referência ao BPN) e de banqueiros em falência e a pedir socorro.
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