O governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio, defendeu hoje o papel da entidade de supervisão no caso BPN, em entrevista ao canal 1 da estação televisiva RTP.
"Em muitos países tem havido fraudes muito maiores do que esta e em nenhum desses países se têm feito processos de linchamento do supervisor", afirmou Vítor Constâncio.
"O Banco de Portugal tem sido alvo de calúnias", disse ainda o governador, lamentando que ele próprio esteja a ser alvo de uma "perseguição profissional".
"Temos sido alvo de acusações caluniosas e totalmente injustas", denunciou, lembrando que "não descobrir operações ocultas não significa que tenha existido falha na supervisão".
"É bom que os portugueses continuem a confiar no Banco de Portugal, onde nunca houve suspeitas de corrupção ou de fraude", acrescentou o responsável.
Vítor Constâncio garantiu ainda que nenhum banco foi tão seguido de perto pelo supervisor como o BPN, ao longo dos últimos anos, com inspecções periódicas e critérios mais exigentes.
Prova disso é que "o BPN foi o único banco a que o Banco de Portugal impôs rácios de capital de 9 por cento, em 2000, quando o mínimo legal era 8 por cento", disse Vítor Constâncio.
Além disso, garantiu o governador, o Banco de Portugal não recebeu qualquer informação do Ministério Público relativa ao BPN, no âmbito da Operação Furacão.
"A Operação Furacão está em segredo de justiça e não temos direito a receber informação", disse.
"Não recebi informação do Ministério Público nenhuma nem nunca a exigi, porque não podia", conclui o responsável.
Deixe um comentário