As autoridades francesas perderam esperanças de encontrar sobreviventes do naufrágio de segunda-feira da embarcação "Petite Julie" e admitem terminar as operações de busca hoje à noite, disse o porta-voz do Centro Operacional de Salvamento de Corsen.
"Não estamos à espera de sobreviventes. Vinte e quatro horas depois do acidente, é quase impossível estarem vivos. Podemos encontrar corpos, mas sobreviventes não", disse por telefone à Lusa, o capitão de fragata Bertrand Hudault, salientando que a temperatura da água do mar na zona do naufrágio é muito baixa.
A embarcação "Petit Jolie", com 24 metros, naufragou ontem de madrugada, a cerca de 50 quilómetros das ilhas Virgem, junto à costa de Finisterra, noroeste de França. Dos sete marinheiros a bordo – três portugueses e quatro franceses – um foi resgatado vivo (português) e dois foram encontrados mortos. Os quatro pescadores desaparecidos são dois portugueses e dois franceses.
Dos três portugueses que estavam na traineira, dois são provenientes das Caxinas e um – João Damas, de 39 anos – é natural da praia de Mira, assegurou à Lusa António Macedo, presidente do Sindicato dos Pescadores do Norte (SPN).
A família de Belmiro Marques Graça, 48 anos, um dos dois portugueses desaparecidos, ainda espera que o pescador venha a ser encontrado com vida. "A esperança é a última a morrer. Enquanto o corpo não for encontrado, vamos estar na esperança", disse à agência Lusa Marlene Filipa Marques, sobrinha do pescador.
Belmiro Graça nasceu nas Caxinas, numa família de pescadores. O pai chegou a ter barcos de pesca e dois irmãos de Belmiro ainda trabalham no sector, um em terra e outro no mar. Contudo, os filhos do pescador desaparecido não seguiram as pisadas do pai. "Um estuda e o outro trabalha na área têxtil", disse Marlene Marques.
David Dourado, de 47 anos, o pescador português resgatado com vida do naufrágio da embarcação em que seguia, junto à costa francesa, já teve alta hospitalar.
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