Actualmente inacessível a todos os cidadãos, devido à forte inclinação e maus acessos, o imóvel, de pequena dimensão, do qual só resta uma muralha, prepara-se para sofrer uma intervenção de requalificação paisagística da autarquia local.
O castelo, propriedade do falecido professor da Universidade de Coimbra, Salvador Dias Arnaut, será gerido nos próximos 20 anos pela Câmara de Penela, ao abrigo de um protocolo de cedência assinado com os descendentes do proprietário. “Pretendemos efectuar uma intervenção paisagística em todo o monte, com a recuperação de um circuito pedonal desde a base até ao cimo, a construção de um miradouro e um parque de lazer”, explicou à Lusa o presidente da Câmara Municipal de Penela, Paulo Júlio.
A intervenção inclui também a valorização e protecção da flora existente, com a retirada de infestantes e introdução das espécies primitivas, colocação de sinalização indicativa e interpretativa e construção de pontos de apoio ao longo do caminho de acesso ao castelo. Do alto do Germanelo, o olhar estende-se pelo vale do Rabaçal, onde existem as ruínas da vila romana e o Espaço Museu, que até ao final de Setembro recebeu 5.200 visitas, o dobro das registadas em 2006, segundo o presidente da autarquia.
A cerca de um quilómetro do castelo do Germanelo ergue-se um outro monte cónico, despido de vegetação, a que a população chama Germelo. Diz a lenda que em cada monte habitavam dois ferreiros irmãos, bastante pobres, que se serviam do mesmo martelo, mas que “um dia, um dos irmãos acordou indisposto e quando o outro lhe pediu o martelo, atirou-lho com tal força que a ferramenta se desencabou no ar”. “O cabo, feito de zambujo, foi-se cravar no solo, a uns quilómetros para norte, e dele nasceu o Zambujal. A cabeça pesada, caiu mais perto e logo da pancada brotou uma nascente de água férrea”, contou à Lusa Armando Garrido.
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